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17/08/2009

Doenças pneumocócicas: informações técnicas


A infecção causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. O pneumococo causa doenças que atingem o trato respiratório e o cérebro, classificadas em dois tipos: Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) – meningite, pneumonia bacterêmica e sepse, – e Doenças Não Invasivas, consideradas mais leves, mas de grande peso econômico e social, que incluem otite média, sinusite, bronquite e também a pneumonia não bacterêmica.



Transmissão


As bactérias são transmitidas por meio de tosse, espirro ou por objetos contaminados. Os pneumococos se espalham por meio do contato entre pessoas que contraíram a doença ou que estão colonizadas pela bactéria, mas não apresentam sintomas. É comum que as pessoas, principalmente as crianças, sejam portadoras e transmitam a bactéria sem adoecer.


Grupos de Risco


Qualquer pessoa pode ser afetada pela doença pneumocócica, entretanto alguns grupos estão mais vulneráveis:


• Crianças com até 2 anos de idade

• Idosos

• Lactentes

• Pessoas com baixa imunidade

• Portadores de doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas, pulmonares e renais

• Alcoolismo


Tratamento


Os antibióticos são utilizados no combate ao pneumococo. A penicilina é a droga mais difundida no tratamento de infecções pneumocócicas invasivas, mas a resistência das bactérias ao medicamento tem demandado a adição de novos antibióticos para complementar as terapias já utilizadas. A resistência dos pneumococos a antimicrobianos é um grave e crescente problema em todo o mundo por comprometer a eficácia terapêutica, o que aumenta a importância da prevenção da doença via vacinação.



Prevenção


A vacinação é a forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças. Também é responsável por diminuir a transmissão da bactéria entre a população de forma geral, diminuindo a ocorrência de doenças em todas as idades devido à proteção da população infantil (proteção indireta). Os idosos são os maiores beneficiados com a imunização indireta, que proporciona a redução do número de infecções e mortes ocasionadas pelos pneumococos nos maiores de 65 anos.

 

Doenças Pneumocócicas Invasivas (PDI)

 

Meningite: é a infecção nas membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. O pneumococo é a primeira causa de meningite em crianças menores de um ano de idade e está associada a letalidade de 27,5%. São observadas sequelas neurológicas em 40% das crianças que sobrevivem e perda auditiva em 60%.

 

Pneumonia: a infecção nos pulmões é uma das principais causas da mortalidade infantil no país, responsável por 20% das internações hospitalares das crianças.

 

Otite média aguda: a infecção no ouvido médio é um dos principais motivos de consulta médica e prescrição de antibióticos em pediatria. Estima-se que oito em cada dez crianças terão no mínimo um episódio de otite aguda nos três primeiros anos de vida. As bactérias S. pneumoniae e o Haemophilus influenzae não tipificável (HiNT) são responsáveis por até 70% dos episódios clínicos desta doença no mundo.

 

Bacteremia (ou Sepse): é a circulação de bactérias no sangue, que pode provocar morte em 20% dos casos. Os sintomas mais frequentes são dor de cabeça, febre e dores musculares, choque. Esta doença é geralmente associada a meningite ou pneumonia invasiva por pneumococo. 

 

Doenças Pneumocócicas Não Invasivas

 

Otite média: esta infecção afeta o ouvido médio e causa irritabilidade, dor de ouvido, febre, nariz congestionado, coriza, perda auditiva temporária e saída de secreção dos ouvidos. Pode ser complicada por abscessos, meningite ou sepse.

 

Sinusite: é uma infecção dos seios da face (seios paranasais), cavidades de ar que se desenvolvem nos ossos da face e se abrem dentro do nariz. Os sintomas incluem dor na face, dor de cabeça, nariz congestionado e pode ou não ser acompanhada de febre. Pode complicar-se com meningite e sepse.

 

Bronquite: é uma infecção das vias aéreas superiores dos pulmões (brônquios). Geralmente se desenvolve após uma gripe ou resfriado, causando tosse e secreções (catarro) amareladas.



Publicado em 17/08/2009. 

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