"De forma lúdica, é mais fácil introduzir hábitos de alimentação saudável nas crianças”, segundo a pesquisadora Denise Barros, do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição da Região Sudeste (Cecan) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz. As cartilhas Alimentação do adolescente e Alimentação da criança são as novas ferramentas de apoio para a Mostra Itinerante de Alimentação Saudável, realizada pelo Cecan em parceria com o Museu da Vida da Fiocruz.
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Nas apresentações da mostra são usadas várias ferramentas educativas, como a Pirâmide Alimentar, o Self-service e a Amarelinha, que mostram, de forma ilustrativa, o que devemos comer no dia-a-dia para manter uma alimentação saudável. “A idéia da cartilha é consolidar as informações e ensinamentos que são passados durante as atividades”. As cartilhas apresentam informações sobre alimentação saudável, higiene, atividades físicas e muitos jogos. Tudo isso ilustrado em diferentes cores e desenhos para tornar a leitura mais fácil e atrativa ao público, que são crianças e adolescentes. As cartilhas foram desenvolvidas com financiamento do CNPq.
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“Nas apresentações da mostra sentíamos que os visitantes precisavam de algum material para levar para casa. Por isso, resolvemos desenvolver uma cartilha que contemplasse crianças e adolescentes de todos os níveis socioeconômicos e de todas as regiões do país”, comentou Denise. Para a sua construção, os profissionais do centro colaborador fizeram pesquisas em três tipos de escolas: uma pública e duas particulares; uma de nível socioeconômico médio e outra de nível socioeconômico alto. Durante as pesquisas, foram realizadas entrevistas com grupos de crianças, adolescentes e seus professores. “Investigamos quais as dúvidas mais freqüentes em relação à alimentação”.
Denise contou que, depois de pronta, a cartilha foi levada novamente às escolas que participaram da pesquisa para uma nova leitura. “Voltamos lá para saber as concepções e percepções das crianças e dos professores sobre ela. Identificamos algumas dificuldades. Um exemplo é que muitas crianças não reconheceram o desenho do brócolis na cartilha. Achamos melhor mudar para uma verdura mais conhecida e optamos pelo alface. Eles também não se identificaram muito com os desenhos da cartilha. Por isso, reformulamos todos eles”, disse. Todas as informações são intercaladas com desenhos e brincadeiras, com o objetivo de tornar a cartilha um instrumento interativo, onde é possível aprender brincando.
De acordo com Denise, a cartilha está disponível para outros estados. “Tentamos dar uma ‘cara’ que servisse para todas as regiões. Mas em alguns lugares as diferenças são muito grandes. Nossa proposta é que ela sirva de base estrutural. Assim, os estados interessados apenas adequam a cartilha com as informações específicas da sua localidade, sem gastar tanto”. A próxima etapa é desenvolver um CD-Rom interativo com os conteúdos da cartilha. Esse projeto deve ser validado em uma próxima proposta.