Tuberculose, doença de Chagas, dengue, leishmaniose e hepatite A, entre outras importantes questões de saúde pública, são tema da edição de novembro da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. São 17 artigos inéditos, sendo sete estrangeiros e dez nacionais.
O artigo de revisão sobre tuberculose, desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em cooperação com o Departamento de Medicina Social da Universidade de São Paulo apresenta dados reveladores sobre a doença, como a estimativa de que 1/3 da população mundial esteja infectado pela Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose. Segundo o estudo, cerca de dez milhões de novos casos da doença e três milhões de mortes são registrados anualmente em todo o mundo, sendo que 95% dos novos casos e 98% das mortes ocorrem em países em desenvolvimento, geralmente relacionados aos poucos recursos disponíveis, à pobreza e a pessoas vivendo com HIV.
A distribuição dos sorotipos do vírus da dengue em áreas endêmicas da Colômbia, seus padrões clínicos e gravidade após a reintrodução do sorotipo 3, são discutidos em um estudo desenvolvido pela Universidade Industrial de Santander. A pesquisa, realizada com base em 1.452 amostras de pacientes entre os anos de 1998 e 2004, alertou para a necessidade de ações contínuas de vigilância sanitária para identificar os fatores de risco e a gravidade de uma possível epidemia. Além da Colômbia, instituições do México, Equador e Argentina também publicaram resultados de pesquisas.
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz assinam quatro artigos nesta edição. Entre eles, está um estudo sobre a variabilidade genética do vírus da hepatite A, tipo HAF-203, isolado no Brasil, e a expressão do gene VP1 na Escherichia coli. A pesquisa, desenvolvida pelo Laboratório de Hepatites Virais em parceria com o Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico e o Laboratório Molecular de Flavivírus, determinou a seqüência genômica do HAF-203 e comparou-a com genomas de outros tipos do vírus da hepatite A. O resultado, que apontou a contribuição do HAF-203 na produção da proteína recombinante VP1, um determinante na infecção causada pelo vírus, sugere seu valor como reagente se incorporado a testes diagnósticos.
Detecção do calicivirus em amostras de crianças com gastrenterite aguda na região centro-oeste do Brasil, assinado por pesquisadores do Departamento de Virologia; Regiões não codificadas de genes do Trypanosoma cruzi: perspectivas para a caracterização funcional de linhagens e isolados, do pesquisador Adeilton Brandão, do Departamento de Medicina Tropical; e Avaliação da reação da polimerase em cadeia para identificação e genogrupagem de Neisseria meningitidis em amostras de líquido cérebro-espinhal, estudo coordenado pelo pesquisador David Barroso, do Departamento de Virologia, também integram estão na edição.