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13/11/2024

Em título póstumo, o sanitarista Sérgio Arouca é Honoris Causa da Unicamp

Tote Nunes (Jornal da Unicamp)


Em um gesto descrito pelo reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio José de Almeida Meirelles, como de “reparação histórica”, a Universidade entregou, na última quinta-feira (7/11), o título póstumo de Doutor Honoris Causa ao médico Sérgio Arouca. Considerado um dos mais importantes sanitaristas do país, Arouca foi perseguido pela ditadura militar e viu-se obrigado a alterar sua trajetória de carreira na Unicamp por imposição do regime de exceção. Em meados dos anos de 1970, Arouca acabou demitido por pressão dos militares. 

Arouca deixou a Unicamp e se transferiu para o Rio de Janeiro, onde chegou a ocupar a presidência da Fiocruz, exerceu dois mandatos de deputado e ocupou cargos na administração pública (foto: Jornal da Unicamp)

 

De acordo com o reitor, a entrega do título neste momento serve de reconhecimento pela significativa contribuição do médico para o país como acadêmico e político, mas possui, também, uma dimensão de “reparação”.

“De certa forma, a gente está reconhecendo um erro, do qual a nossa instituição participou. A Universidade pode não ter sido o agente principal, mas, de algum modo, foi parte dessa história”, afirmou Meirelles. “Nós somos uma universidade que abraçou um compromisso forte com a democracia. Foi contestadora, abrigou muitos intelectuais da causa democrática, mas também cometeu seus pecados. E é importante que a gente reconheça isso. E esses pecados, de alguma forma, estão sendo corrigidos ao longo do tempo. Admitir que isso também ocorreu na história da Universidade é importante para evitar que, em novas situações difíceis, a gente ceda a esse tipo de pressão”, disse o reitor.

Arouca deixou a Unicamp e se transferiu para o Rio de Janeiro, onde chegou a ocupar a presidência da Fiocruz, exerceu dois mandatos de deputado e ocupou cargos na administração pública.

Visto como um dos mais importantes sanitaristas do país, o médico morreu em agosto de 2003, aos 61 anos, em decorrência de um câncer no intestino. Arouca contribuiu, de maneira decisiva, para a construção do modelo que resultaria no Sistema Único de Saúde (SUS), na opinião de muitos especialistas, a mais importante ação de política pública do país.   

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