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04/05/2007

EPSJV lança o primeiro número do ano da revista 'Trabalho, Educação e Saúde'

Paulo Guanaes


O lançamento do primeiro número do quinto ano da revista científica Trabalho, Educação e Saúde, publicada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, marca a mudança de periodicidade da revista, que passa a ser quadrimestral e não mais semestral. O segundo e o terceiro números deste ano serão publicados em julho e novembro. “A mudança pode contribuir para a produção e circulação dos saberes no campo da educação e do trabalho em saúde, pois dinamiza os tempos de publicação e dá visibilidade a um volume maior de produção científica na área”, diz Carla Martins que, junto com Angélica Ferreira e Isabel Brasil, edita o periódico científico. Nesta edição, Trabalho, Educação e Saúde traz, para o campo da formação em saúde, as seguintes temáticas: bioética, educação popular, conhecimento tecnocientífico, capitalismo informacional, e saúde e  espaço escolar. Este número publica ainda dois textos sobre projetos relevantes no campo: o Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem (Profae) e o Projeto EnsinaSUS.


 Alunos em laboratório da Escola Politécnica de Saúde (Foto: Peter Ilicciev)

Alunos em laboratório da Escola Politécnica de Saúde (Foto: Peter Ilicciev)


A nova Trabalho, Educação e Saúde publica quatro textos sobre a formação profissional em saúde, três na seção Artigo e um na seção Relato. O artigo O discurso da bioética na formação do sujeito trabalhador da saúde, de Flávia Ramos, discute, a partir de pesquisa documental nos cursos de enfermagem e de medicina em quatro universidades federais do Sul do país, a inserção dos temas éticos e bioéticos nas propostas de educação profissional, concluindo que tais temas constituem um saber presente e produtivo, porém se encontram reduzidos a um conjunto de formulações descontextualizadas. O artigo A educação popular e a formação dos trabalhadores de nível médio da saúde, de José Ivo Pedrosa, coloca em questão os princípios éticos e políticos da educação popular, enfocando-a como um dispositivo para a institucionalização de novas possibilidades de autonomia e de superação da visão do outro (paciente) como objeto técnico. O terceiro artigo, de Georgia Sobreira dos Santos Cêa, Luiz Fernando Reis e Solange Conterno, intitulado Profae e a lógica neoliberal: estreitas relações, analisa a principal política de qualificação de profissionais de nível médio do Ministério da Saúde – o projeto Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem, explorando sua instrumentalidade política e econômica e as possibilidades efetivas de o projeto reverter a precariedade formativa na área.



A seção Relato, em texto de autoria de Lilian Koifman e Regina Henriques, apresenta a linha formação do projeto EnsinaSUS que articula ensino, desenvolvimento, pesquisa e documentação na construção da integralidade da atenção à saúde e é desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis) do Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O projeto teve por objetivo geral mapear, apoiar e disseminar experiências inovadoras, realizadas por instituições de ensino e pesquisa, para a melhoria da educação dos profissionais de saúde.


No que tange ao trabalho em saúde, este número recupera um espaço ainda pouco investigado. O artigo Técnicos em laboratório de pesquisa em saúde e o trabalho na contemporaneidade: prolegômenos sobre um trabalho(ador) sob a neblina, de Márcia Teixeira e Mônica Murito, discute o processo de produção dos conhecimentos tecnocientíficos no espaço indicado no título, tendo como horizonte a discussão sobre o trabalho na contemporaneidade.


No campo dos estudos sobre o trabalho contemporâneo – estudos que suscitam questões também para a educação e o trabalho em saúde –, a revista publica dois textos. O primeiro constitui um ensaio intitulado Os significados do trabalho: produção de valores como produção semiótica no capitalismo informacional, de autoria de Marcos Dantas. O texto enfoca o processamento de informações como uma atribuição e produção de significados relacionados às situações concretas de trabalho, contribuindo para elucidar o conceito marxiano de trabalho concreto e analisar a natureza do capitalismo informacional deste início de século.


O artigo Saúde e trabalho docente: a escola como produtora de novas formas de vida, de Maria Elizabeth Barros, Dorotéia Zorzal, Fernanda de Almeida, Roberta Iglesias e Vivian de Abreu, apresenta um processo de pesquisa-intervenção realizada numa escola municipal de Vitória, indicando as possibilidades de tensionar e transformar os espaços de trabalho, na perspectiva de instituir novos modos de trabalhar favorecedores de saúde.


A revista publica ainda duas resenhas, de Álvaro de Azeredo Quelhas e Graziany Penna Dias, sobre o livro Educação do corpo na escola brasileira, organizado por Marcus Aurélio Taborda de Oliveira; e de Ana Lúcia Queiroz Bezerra sobre o livro Estratégias de ensino na enfermagem: enfoque no cuidado e no pensamento crítico, de Vera Regina Waldow.


Este número e os anteriores de Trabalho, Educação e Saúde podem ser conferidos no site ou adquiridos por meio de assinatura pessoal ou institucional. Mais informações na Coordenação Editorial da revista, pelo telefone (21) 3865-9850.

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