A Espanha acaba de inaugurar o primeiro Banco de Leite Humano (BLH) a funcionar na Europa seguindo o modelo brasileiro. A ação faz parte do programa Cúpula Ibero-americana de Bancos de Leite Humano, coordenado pela Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (Rede BLH-BR), projeto interinstitucional da Fiocruz, desenvolvido sob a responsabilidade do Instituto Fernandes Figueira (IFF) e do Instituto de Informação Cientifica e Tecnológica (Icict), unidades da Fiocruz.
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Complexo do Hospital 12 de Octubre, em Madri |
O modelo brasileiro foi implantado no Serviço de Neonatologia do Hospital 12 de Octubre, pertencente à Prefeitura de Madri. Segundo o coordenador da Rede BLH-BR, João Aprígio Guerra de Almeida, todas as técnicas de processamento e controle de qualidade seguem as instruções normativas da rede brasileira, que visa garantir a qualidade final do produto, a qualificação de recursos humanos e contribuir com o modelo de gestão brasileiro para o desenvolvimento científico e tecnológico. Além dos profissionais de saúde, a equipe do IFF treinou 150 professores das áreas de pediatria, neonatologia, enfermagem e nutrição, de toda Espanha, para atuarem em bancos de leite humano.
Guatemala firma acordo
A expansão do modelo brasileiro de BLHs para países da América Latina e Europa rendeu no último dia 4 um acordo de cooperação entre Brasil e Guatemala, que prevê apoio técnico do Brasil na implantação de BLHs na Guatemala, nos moldes dos bancos de leite do Brasil. O acordo, que foi firmado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Álvaro Colom Caballeros, tem como foco inicial implantar BLHs em dois hospitais: Roosevelt, na cidade de Guatemala, e Antigua, na cidade homônima, que já vem recebendo apoio da equipe da Rede BLH-BR.
Para Aprígio, a cooperação internacional só é possível devido à ação prioritária conferida pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) à implantação de BLHs. Segundo o embaixador Luiz Henrique da Fonseca, diretor da ABC, um dos melhores investimentos que um país da América Latina pode fazer é em programas sociais, em que se invoca a inclusão do indivíduo. “Além de reduzir o custo da saúde pública, os Bancos de Leite Humano ajudam a reduzir a importação de fórmulas infantis produzidas pelas empresas multinacionais”, explica o embaixador.