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06/06/2006

Especialistas esclarecem dúvidas sobre endometriose no IFF

Roberta Monteiro


A endometriose é uma doença que atinge 15% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva e apresenta como principais sintomas fortes dores dentro e fora do período menstrual e durante as relações sexuais. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de cinco milhões de mulheres sofrem da doença no Brasil. Com o objetivo de esclarecer sobre os seus riscos e sintomas, o Instituto da Endometriose dará continuidade à campanha de prevenção iniciada no ano passado, realizando uma palestra aberta à população nesta quarta-feira (07/06), às 18h, no anfiteatro A do Instituto Fernandes Figueira (IFF), unidade materno-infantil da Fiocruz.


A campanha é coordenada pelos médicos Cláudio Crispi, do Departamento de Ginecologia do IFF, e Marco Aurélio de Oliveira, responsável pelo Setor de Endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj. Segundo Crispi, mesmo sendo uma doença conhecida, ainda há muita dificuldade de se ter o diagnóstico correto. "O uso da ultra-sonografia, da ressonância nuclear magnética e de exames de sangue, não conseguem definir com certeza a presença da doença", esclarece Crispi, que destaca as cirurgias vídeo-laparoscópicas como capazes de verificar a cavidade abdominal por meio de pequenos orifícios, com pequeno trauma para a paciente.


O endométrio é o tecido que reveste o útero e que, quando estimulado por hormônios femininos, o prepara para uma gravidez. Crispi explica que por motivos como o refluxo da menstruação pelas trompas, diferenciação de tecidos embrionários adormecidos e propagação pela corrente sanguínea, o endométrio pode se localizar em outros órgãos, como as trompas, ovário, bexiga, entre outros, locais que ao serem estimulados pelos hormônios femininos, sofrem pequenos sangramentos e causam intensa reação inflamatória local, o que explica a dor que a doença causa. "Toda reação inflamatória acarreta também deformidades nos órgãos do aparelho reprodutor, diminuindo a capacidade da mulher engravidar", diz o médico.


Segundo o ginecologista, o tratamento consiste, principalmente, no controle da menstruação, pois como é o período em que a doença surge, qualquer tratamento que bloqueie o sangramento menstrual evita que a doença progrida ou que os sintomas apareçam. "É importante ressaltar que suspender a menstruação não deixa uma mulher infértil e que quanto antes a doença for diagnosticada, mais chances ela tem de ser tratada com sucesso. Mais informações sobre o Instituto da Endometriose podem ser obtidas no sítio www.movendo.com.br ou pelo telefone (21) 2667-2620.


 

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