No 2º Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre DST/Aids, evento promovido pela Fiocruz que ocorrerá de 14 a 17 de abril, no Rio de Janeiro, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (RS), apresentará dois trabalhos que abordam a relação da Aids com a maternidade. O primeiro reforça a importância da orientação sobre a questão da amamentação no caso de mães soropositivas, já que o ato pode transmitir a infecção ao bebê. Já o segundo faz uma análise da história de mães que tiveram seus filhos contaminados por transmissão vertical, ou seja, na hora do parto.
No Serviço de Atendimento Especializado em DST/Aids de Canoas (RS), 11 mulheres soropositivas com filhos até 6 meses foram entrevistadas pela equipe de pesquisa. Entre os depoimentos, as mulheres falavam do sentimento de impotência por não poder amamentar o bebê e da dificuldade de explicar aos outros por que não o faziam. O estudo aponta que o pré-natal é o melhor período para educar as mães nesse sentido e que, portanto, é essencial preparar os profissionais de saúde para que forneçam essa orientação.
As nove mães que participaram do segundo estudo, por sua vez, vivem uma realidade diferente: seus filhos foram infectados pelo HIV no momento do parto e, agora, exigem cuidados especiais. Por isso, as mulheres precisam lidar, além do tratamento, com a preparação dos filhos para a condição de portadores do vírus e com seu futuro. Assim, acabam trabalhando também a sua condição de pessoa vivendo com HIV/Aids. Este trabalho foi realizado em um serviço de atendimento especializado de São Leopoldo.