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10/12/2009

Estudo gera manual básico sobre resíduos de medicamento

Informe Ensp


Como um medicamento é descartado? Ele deve ser jogado no lixo? Deve ser incinerado? Quando perde a validade, que destinação recebe? Essas e outras questões orientaram a pesquisa sobre geração de resíduos que originou o livro O que você precisa saber sobre medicamento - manual básico, de autoria da farmacêutica e aluna de doutorado em saúde pública da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Elda Falqueto, em conjunto com as pesquisadoras Débora Cynamon Kligerman e Simone Cynamon Cohen.


 

 As pesquisadoras Débora, Elda e Simone, no lançamento do livro (Foto:Ensp/Fiocruz)

As pesquisadoras Débora, Elda e Simone, no lançamento do livro (Foto:Ensp/Fiocruz)


De acordo com Elda, supervisora de produção em Farmanguinhos - unidade de produção de medicamentos da Fiocruz - o livro foi desenvolvido com o objetivo de orientar o profissional de saúde. "Existem muitos problema relacionados à geração de resíduos, desde processos produtivos até distribuição de medicamentos. Como minha área de atuação é a indústria, fui investigar em outros setores - como farmácias, hospitais, drogarias e distribuidores - o que era feito dos resíduos e por que o medicamento se tornava um resíduo. Detectamos muitas dificuldades sobre o que fazer e até mesmo para pensar em estratégias de como evitar que os medicamentos se tornem resíduos. Esse livro é voltado para profissionais que trabalham em estabelecimentos de saúde em que ocorre geração de resíduos de medicamentos", descreve.


Segundo a pesquisadora, o livro nasceu com a proposta de ser uma ferramenta, um manual básico para profissionais de saúde. Para ela, é fundamental evitar a geração desses resíduos, mas "é preciso saber como agir quando isso acontece. O manual pode ser usado em diferentes linhas, pois da mesma maneira que você trata de resíduos de medicamentos, o profissional também pode tratar outros tipos de resíduo". O livro é composto por seis capítulos e uma parte final que pretende estabelecer um canal de comunicação com profissionais que trabalham com gerenciamento de resíduos.


O primeiro capítulo (Medicamento e seus resíduos: sua relação com a saúde pública) busca contextualizar e relacionar a saúde pública com os resíduos de medicamentos. No capítulo seguinte (Compreendendo resíduos de medicamentos), são explicados o que são resíduos de medicamentos, o que eles geram, como surgem, entre outras coisas. O terceiro capítulo (Principais atores e responsabilidades ante o descarte), aborda o papel de cada ator envolvido nesse processo, como a sociedade, os governantes e as pessoas geram e que tratam os resíduos. O próximo capítulo (Plano de gerenciamento de resíduos de medicamento), traz um passo-a-passo de como as pessoas podem elaborar planos de gerenciamento dentro de suas unidades e serviços de saúde. O capítulo subsequente, chamado Os indicadores, mostra formas de avaliar se o que está sendo feito está surtindo efeito. O sexto e último capítulo (Sugestões para um gerenciamento eficiente), aborda dicas sobre o gerenciamento e ressalta que a melhor opção é sempre minimizar a geração de resíduos.


"No final do livro, como já foi dito, trazemos uma parte pequena, porém muito importante intitulada Continuando o diálogo. Com isso, queremos abrir um canal de comunicação para a troca de informações em rede com diversos usuários sobre este assunto. Como este tema é bastante árido e o Brasil também tem uma realidade sanitária muito complexa, nesse capítulo lançamos nossos contatado para as pessoas. Assim, pretendemos atingir pessoas de diferentes regiões e suas peculiaridades. Um problema superado no Sul pode ajudar a resolver uma nova questão surgida no Norte. Além disso, de ajudar outras pessoas, essa intensa troca de informações permite um maior aprendizado e conhecimento das experiências existentes. Esta deve ser uma construção contínua", afirma a pesquisadora.


Antes da criação do livro, o tema do mestrado de Elda, também realizado na Ensp, resultou na pesquisa Resíduos sólidos e sua sistemática na produção e distribuição de medicamentos sujeitos a controle especial pela vigilância sanitária, realizada em 2007, por meio de financiamento da quarta edição do Programa Estratégico de Apoio à Pesquisa em Saúde (Papes 4/Fiocruz). A pesquisa teve o objetivo de acompanhar a trajetória do medicamento Diazepan, desde a produção até a distribuição nas farmácias e seu descarte.


Publicado em 7/12/2009.

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