Início do conteúdo

04/11/2020

Estudo mostra capacidade antimicrobiana de organelas

Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)


Gotículas de lipídios são as principais organelas de armazenamento dos lipídios, que desempenham importantes funções no organismo dos seres vivos. Parasitas comuns como bactérias, vírus e protozoários induzem e têm como alvo essas estruturas durante seus ciclos de vida. Há um entendimento comum entre os cientistas de que as gotículas lipídicas suportam a infecção, fornecendo aos invasores substratos para a sobrevivência ou crescimento. No entanto, estudos apontam que as respostas imunes do hospedeiro coevoluíram com os patógenos, desenvolvendo uma infinidade de mecanismos de defesa.

Recentemente, pesquisadores encontraram evidências de que as gotículas de lipídios participam ativamente da defesa inata. Fruto de uma colaboração internacional, o estudo, que conta com a participação de pesquisadores do Laboratório de Imunofarmacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), foi publicado na revista Science.

A pesquisa revelou que as gotículas lipídicas dos mamíferos possuem uma capacidade antimicrobiana mediada por proteínas. Com a utilização de técnicas de microscopia de luz e eletrônica, os especialistas verificaram uma associação específica das organelas e as bactérias nos macrófagos (células do sistema imune), sugerindo a existência de mecanismos que facilitam o envolvimento de proteínas antibacterianas, das gotículas lipídicas, com a bactéria.

Os resultados demonstram que as organelas formam uma defesa intracelular de primeira linha, ou seja, agem como interruptores moleculares na imunidade inata, respondendo a sinais de perigo por meio da reprogramação do metabolismo celular e desencadeando mecanismos antimicrobianos mediados por proteínas.

Voltar ao topo Voltar