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24/08/2007

Estudo no RS mostra que 73% tiveram o cotidiano afetado por problemas bucais

Igor Cruz


Veiculado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, um estudo comprovou que a saúde bucal influencia o dia a dia das pessoas. Coordenado pelas pesquisadoras Andréa Silveira Gomes e Claides Abegg, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o trabalho revelou que 73,6% dos indivíduos estudados já tiveram pelo menos uma atividade cotidiana prejudicada por problemas odontológicos. Foram aplicados questionários a cerca de 270 funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre. De acordo com as respostas, a atividade diária mais prejudicada foi alimentar-se. Quase 50% dos entrevistados relataram já ter enfrentado dificuldades para comer – e apreciar a refeição – por causa de problemas odontológicos.


 Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes causadores de impacto negativo na qualidade de vida (Arte: Word Press)

Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes causadores de impacto negativo na qualidade de vida (Arte: Word Press)


Os participantes reconheceram que esses problemas interferem no cotidiano. Citaram a falta de dentes e a dor como os principais fatores que causam prejuízos no dia a dia. O desconforto e a insatisfação com a aparência foram os sintomas mais prevalentes. Quatro em cada dez indivíduos contaram que se sentem envergonhados ao sorrir.


Os entrevistados eram, em sua maioria, homens com baixa escolaridade. Eles tinham entre 35 e 44 anos, faixa etária em que os problemas odontológicos causam maior impacto nas atividades cotidianas. Esse impacto, segundo as pesquisadoras, está relacionado a necessidades não atendidas de tratamento odontológico, em virtude da dificuldade de acesso aos serviços de saúde.


Os problemas de saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes causadores de impacto negativo na qualidade de vida das pessoas. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), doenças bucais causam dor, sofrimento, constrangimentos e privações sociais. Nesse contexto, os resultados da pesquisa da UFRGS oferecem subsídios para o planejamento dos serviços odontológicos. Como recomendação, destaca-se a mudança na ênfase de aspectos puramente biológicos para aspectos psicológicos e sociais.

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