A presença de mutações de resistência no material genético do HIV pode fazer com que o vírus deixe de ser susceptível ao tratamento com os medicamentos anti-retrovirais tradicionais. Preocupados com essa possibilidade, pesquisadores do Hospital São João, no Porto, em Portugal, desenvolveram um estudo sobre a resistência do HIV em pacientes que nunca haviam sido submetidos a tratamento. O trabalho compõe a mostra de painéis do 2º Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre DST/Aids, que ocorrerá de 14 a 17 de abril, no Rio de Janeiro, sob coordenação da Fiocruz.
Para a coleta de dados, a equipe revisou todos os testes de genótipo do vírus em pacientes virgens de tratamento com antiretrovirais realizados no hospital desde janeiro de 2006. Em seguida, comparou-os com o banco de dados sobre resistência a drogas em HIV da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
De um total de 173 pacientes, 18% estavam infectados com vírus com susceptibilidade diminuída aos fármacos e 10% eram resistentes aos medicamentos anti-retrovirais atualmente comercializados em Portugal. Os pesquisadores alertam que o resultado dos testes de resistência devem ser considerados antes do início do primeiro tratamento com esse tipo de medicamento, de modo a aumentar sua eficácia.