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26/01/2022

Fiocruz Amazônia promove evento pelo Mês da Visibilidade Trans

Eduardo Gomes (Fiocruz Amazônia)


O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) promove nesta sexta-feira (28/1), às 9h, o Encontro Amazonense de Visibilidade Trans - Direito e Respeito: Uma questão de saúde, em alusão ao mês em que é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans (29/1). O evento reforça a necessidade de respeito ao movimento trans e a importância da promoção de cidadania entre mulheres e homens travestis e transexuais. O encontro contará com a participação de representantes da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Defensoria Pública do Amazonas, Ordem dos Advogados do Brasil  Seccional Amazonas, Secretaria de Saúde do Amazonas, Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Amazonas e Secretaria de Assistência Social e Cidadania de Manaus.

Em atendimento às normas sanitárias vigentes, o evento ocorrerá virtualmente e, terá transmissão feita pelo canal da Associação dos Servidores da Fiocruz no YouTube. A atividade reafirma o compromisso da Fiocruz Amazônia com a diversidade, como um valor fundamental ao conceito ampliado de saúde, em consonância com as ações e diretrizes do Comitê de Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fundação.

O evento terá mediação de Adele Benzaken, diretora da Fiocruz Amazônia e, contará com as palestras Vida familiar, social e profissional de uma pessoa trans: da invisibilidade ao protagonismo, ministrada por Jacqueline Côrtes, ativista em vários movimentos sociais Aids e LGBTQIA+; e PrEP: caminhos, desafios e estimativas, a ser proferida por Biancka Fernandes, pesquisadora no Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz) e que atua no Comitê Pro-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, trabalhando com pesquisa clínica, informações e prevenção ao HIV-Aids, realizando jornadas formativas. 

“A finalidade do encontro, como já indica o próprio nome, é dar visibilidade a essa parcela da população, ainda hoje vulnerabilizada pela sua condição, e valorizar a data, 29 de janeiro, criada em 2004 como forma de exigir respeito, vez e voz a essas pessoas, ainda hoje vítimas de discriminação e crimes de ódios”, explica Adele Benzaken. 

Na oportunidade, a pesquisadora Rita Suely Bacuri, tecnologista em Saúde Pública do ILMD/Fiocruz Amazônia, apresentará os resultados do projeto TransOdara - Estudo de prevalência da sífilis e outras ISTs entre travestis e mulheres transexuais no Brasil: cuidado e prevenção – Um olhar sobre Manaus. Durante a programação, serão lançados vídeos que são resultado do projeto, protagonizados por mulheres transexuais, participantes da pesquisa. 

O projeto

Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado entre os anos de 2019 e 2020, nas capitais das cinco macrorregiões do Brasil: São Paulo, Campo Grande, Manaus, Porto Alegre e Salvador. Com o objetivo de construir uma rede de pesquisa, para verificar a prevalência de sífilis e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), além de compreender os significados atribuídos a essas doenças em travestis e mulheres trans (TrMT), o projeto é fruto da parceria entre o governo do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fiocruz e a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Em Manaus, o TransOdara foi realizado no ambulatório de Diversidade Sexual da unidade de saúde Policlínica Codajás, localizada no bairro Cachoeirinha, zona Sul, e ultrapassou a meta inicial de atendimento. Foram oferecidos os serviços de consulta médica, exames ginecológicos, ultrassonografia, mamografia, exames laboratoriais, vacinas e testagem para o vírus HIV e outras ISTs, todos de maneira gratuita.

“O projeto TransOdara, possibilitou o desenvolvimento de uma política pública de saúde, voltada para essa parcela da população, com ações de diagnóstico e tratamento humanizado para mais de 300 mulheres trans em Manaus. Na oportunidade do encontro, faremos um apanhado sobre esse trabalho e lançaremos uma série de vídeos com depoimentos de mulheres trans sobre suas vidas e sobre os direitos à saúde", ressalta a diretora da Fiocruz Amazónia, Adele Benzaken.

Dia Nacional

O dia 29 de janeiro, no Brasil, é uma data destinada a promover reflexão e conscientização a respeito da cidadania de pessoas trans. Desde 2004, o Dia da Visibilidade Trans integra o calendário brasileiro. A data rememora o lançamento oficial da campanha Travesti e Respeito, que ficou marcado pela entrada de 27 travestis e transexuais no Congresso Nacional. 

A campanha Travesti e Respeito visava reforçar atitudes de inclusão social a esse segmento da população, buscando conscientizar escolas, serviços de saúde e a comunidade em geral sobre vulnerabilidade implicada a essa população pelo preconceito e pela violência. A iniciativa foi elaborada em conjunto pelo Ministério da Saúde e por importantes lideranças do movimento trans da época, como Fernanda Benvenutty, Jovana Baby, Kátia Tapety e Keila Simpson. O termo trans corresponde à letra T da sigla LGBTQIA+, abrangendo as pessoas transexuais (homens e mulheres trans), travestis e não-binárias (que não se reconhecem como homens e nem como mulheres, e sim num lugar intermediário entre gêneros).

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