21/05/2015
No último dia 19 de maio, foi comemorado o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, a data simboliza a união de esforços de 23 países da América Latina, Europa e África para salvaguarda da vida de milhões de crianças. E para comemorar e conscientizar as mamães sobre a importância da doação, o Ministério da Saúde lançou uma campanha, na última quinta-feira, 20 de maio, visando incentivar esse ato de amor que salva vidas.
Para o coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, João Aprígio Guerra de Almeida, a iniciativa representa um momento de intensa mobilização. “Imagine um recém-nascido que nasce com seis meses, é prematuro, não está pronto para enfrentar uma série de fatores ambientais, seu sistema de defesa não está pronto. Para essas crianças, em algumas situações, posso dizer que o leite materno chega a se configurar como um fator de sobrevivência”.
Segundo João Aprígio, em 2014, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano distribuiu mais de 140 mil litros de leite para cerca de 180 mil receptores em todo o país. “Contudo, ainda existe um déficit de cerca de 30% para atender os recém-nascidos em unidades de terapia intensiva. Sem a ajuda das mães doadoras, esse percentual seria ainda maior”, aponta João Aprígio.
Para homenagear as protagonistas desse dia, as mães, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), preparou diversas atividades. A comemoração, que irá acontecer no dia 22 de maio, contará com uma palestra sobre a importância da doação ministrada pelo Centro de Referência Nacional e Ibero-americano para Bancos de Leite Humano, sediado no IFF. Na ocasião mães receptoras e doadoras poderão compartilhar suas experiências.
E para finalizar com chave de ouro esse dia tão importante, o Projeto Dança Materna, promoverá uma aula experimental, na qual mãe e bebê poderão usufruir na prática dos benefícios da atividade. O Projeto é um programa de atenção integral à mãe e ao bebê, desde a gestação até os três anos de vida. “A dança materna possibilita à mulher o retorno à vida social depois do parto, a otimização da redução de peso, reeducação corporal e incentiva o mútuo conhecimento entre mãe e filho. Para o bebê, traz o conforto do balanço na dança, proximidade com a mãe e relaxamento num ambiente onde a amamentação é incentivada”, explicou a idealizadora do Projeto e bailarina, Tatiana Tardioli.
O Dia Mundial
O Dia Mundial de Doação de Leite Humano foi definido durante o V Congresso Brasileiro de Bancos de Leite Humano e o I Fórum de Cooperação Internacional em Bancos de Leite Humano, realizados de 28 a 30 de setembro de 2010, em Brasília, quando foi elaborada a Carta de Brasília 2010, documento assinado por representantes dos 23 países integrantes da rede. A carta instituiu 19 de maio como data comemorativa do Dia Mundial da Doação de Leite Humano, reconhecendo a primeira Carta de Brasília, assinada em 19 de maio de 2005, como marco histórico e pedra fundamental da criação da rBLH nos países signatários.
Sobre a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano
Criada por iniciativa do Ministério da Saúde e da Fiocruz, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), com sede no IFF/Fiocruz, é a maior e mais complexa do mundo, sendo composta por 215 BLHs em operação. Os resultados alcançados anualmente com a prestação de serviços e a produção de leite humano evidenciam o impacto positivo de sua atuação no campo da saúde materno-infantil brasileira. Por ano, no Brasil, mais de 143 mil litros de leite humano pasteurizado com qualidade certificada são distribuídos a mais de 179 mil recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva e semi-intensiva.
O Sistema de Controle de Qualidade da rBLH, coordenado pelo Centro de Tecnologia e Informação em Bancos de Leite Humano e Aleitamento Materno (CTIBLH/Icict/Fiocruz), reúne dados cadastrais e de produção dos BLHs e Postos de Coleta da rBLH-BR e do Programa Ibero-americano de Bancos de Leite Humano (Iber-BLH), fornecendo dados estatísticos da produção de leite humano. O sistema trabalha com tecnologias alternativas, de baixo custo, mas sensíveis o suficiente para assegurar um padrão de qualidade reconhecido internacionalmente.
Vantagens da amamentação para o bebê e a mãe
Segundo o Ministério da Saúde, o leite materno é um dos fortes aliados no combate à mortalidade infantil. Só na última década, a taxa caiu praticamente pela metade (47%) no país. Uma grande conquista construída a cada dia, com campanhas de incentivo à amamentação e doação de leite materno. A amamentação nos seis primeiros meses de vida ajuda a salvar, por ano, mais de seis milhões de bebês em todo o mundo. Durante esse período, o bebê que mama no peito não precisa de nenhum outro alimento e nem de líquidos, já que o leite materno é completo, sacia a sede, a fome e possui todos os nutrientes necessários para que ele cresça e se desenvolva de forma forte e saudável.
Já a mulher, ao amamentar, perde mais rápido o peso que ganhou durante a gestação, fica protegida de diversas doenças, diminui o sangramento do útero (que ocorre por um período após o parto), prevenindo anemia, reduzindo as chances de desenvolver osteoporose, câncer de mama, útero e ovário. Além disso, a amamentação estimula a aproximação e intimidade com o filho, dando segurança a ele.
Benefícios da doação de leite materno
O leite humano doado ajuda tanto a mãe que não o tem para amamentar quanto aquelas que têm em excesso e podem ser prejudicadas com isso. Esta doação alimenta bebês prematuros ou de baixo peso que seguem internados em unidades de terapia intensiva neonatal ou estão em tratamento de patologias diversas. Ela também traz benefícios para a mulher que doa seu leite excedente, pois evita a inflamação nos seios (que ocorre nos ductos galactíferos), conhecida como mastite.
Serviço
Local: Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) – Av. Rui Barbosa, 716 – Flamengo
Data: 22/5/2015
Hora: 9h