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26/03/2018

Fiocruz discute práticas complementares em saúde

Alexandre Matos (Farmanguinhos)


O Brasil é o país que mais oferece práticas complementares para a saúde: são 29 no total. Algumas são bem conhecidas (homeopatia, acupuntura, yoga, meditação, plantas medicinais e fitoterapia), outras ainda carecem de mais entendimento para vencer a barreira do preconceito, tais como constelação familiar, cromoterapia, imposição de mãos e ozonioterapia. Neste cenário, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) tem participado de discussões acerca da disponibilidade dessas terapias no Sistema Único de Saúde (SUS).

O estande de Farmanguinhos recebeu cerca de 500 pessoas ao longo dos quatro dias de evento (Foto: Alexandre Matos)

 

A unidade participou do 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde Pública (Intercongrepics), realizado no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro. Organizado pelo Ministério da Saúde, o evento teve como objetivo ampliar o debate sobre a utilização e propagação dessas iniciativas nos sistemas nacionais de saúde, de modo a aprofundar o conhecimento e discutir os avanços alcançados a partir de sua incorporação, que tem sido uma das diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Neste sentido, Farmanguinhos foi representado pelo seu Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS). A área propõe uma concepção inovadora de desenvolvimento de medicamentos da biodiversidade, na qual busca usar de maneira sustentável a riqueza natural do Brasil a partir de Arranjos Produtivos Locais (APLs). No encontro, que reuniu pesquisadores de 27 países, o Núcleo contribuiu com um estande, no qual pôde explicar aos visitantes o papel de Farmanguinhos e das RedesFito para disponibilização de fitoterápicos no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Ao longo do evento, recebemos cerca de 500 pessoas em nosso estande, no qual pudemos ofertar conhecimento sobre a fitoterapia brasileira, disponibilizando Revistas Fitos (540 exemplares distribuídos), folders (mais de 400), divulgação sobre o curso de Gestão da Inovação em Fitomedicamentos, dentre outras informações”, explicou a coordenadora das RedesFito, Fabiana Frickmann.

O NGBS coordenou a mesa temática sobre O papel das RedesFito no desenvolvimento das políticas de promoção da fitoterapia do Ministério da Saúde. Fabiana Frickmann ministrou a palestra introdutória. A mesa seguiu com apresentações de coordenadores dos biomas Mata Atlântica (RJ e SP), Caatinga e Cerrado. Eles abordaram as experiências como articuladores da formação dos APLs para a promoção da fitoterapia no SUS. A mesa foi moderada pela editora da revista Fitos, Rosane Abreu.

O Congrepics foi considerado uma experiência importante para Farmanguinhos, visto que, além das parcerias formalizadas, várias atividades ganharam visibilidade nacional e internacional. “Integramos importantes parceiros às RedesFito, como empresários, médicos, pesquisadores, terapeutas, professores e alunos. Divulgamos Curso de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos, que se mostrou muito atrativo para os profissionais das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics). Além disso, atraímos a atenção do público para a Fitos, o que esperamos resultar em aumento na captação de novos artigos para a publicação”, avalia.

O NGBS esteve também presente na exposição de trabalhos científicos. A colaboradora Amanda Valverde apresentou a pesquisa sobre a introdução da fitoterapia no SUS, que ela desenvolveu no município de Paty do Alferes (RJ). Dada a importância, o trabalho foi premiado em 2016 pelo Ministério da Saúde.

Práticas complementares

Presente a abertura do evento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou a incorporação de dez novas Pics no SUS: apiterapia, aromoterapia, bioenergetica, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozonioterapia, terapia de florais. Com isso, o Brasil é o país com maior número de terapias ofertadas pelo sistema oficial de saúde, 29 no total. Clique aqui e saiba onde tem Pics.

As Pics são denominadas pela OMS como medicinas tradicionais e complementares (MT&C). Elas foram institucionalizadas no SUS por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), que contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de serviços. Além das 10 práticas anunciadas pelo ministro da Saúde, outras 19 já eram institucionalizadas no Brasil: homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura, ayurveda, medicina antroposófica, naturopatia, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo social/crenoterapia, reiki, yoga, arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, shantala e terapia comunitária integrativa. Clique aqui e conheça cada uma dessas práticas.

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