07/12/2015
Os quatro dias do seminário internacional sobre Arbovírus Global Health Challenges and Oportunities for Arbovirus Research Collaboration, promovido em parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e o NIH (National Institutes of Health), dos Estados Unidos, em Manaus (AM), destacaram que o Brasil será a peça-chave na descoberta de mecanismos para combater o vírus zika.
Encontro em Manaus reuniu pesquisadores da Fiocruz e cientistas dos Estados Unidos e de outros institutos brasileiros (Foto: Fiocruz Amazonas)Uma das primeiras recomendações tiradas do seminário foi a urgência de se expandir as pesquisas em torno da problemática do vírus zika e o comprometimento dos institutos internacionais, que compõem o NIH. A ideia é auxiliar os pesquisadores brasileiros a se aprofundarem sobre o novo vírus, que tem como vetor o inseto Aedes aegypti, o mesmo que transmite os vírus da dengue e do chikungunya.
O objetivo é que em 60 dias seja planejada e elaborada, junto com o NIH, uma série de pesquisas e projetos que sejam um aporte de conhecimento tecnológico e financeiro para que sejam desenvolvidas pesquisas sobre o tema.
Segundo o diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) da Fiocruz, Paulo Buss, o seminário abordou principalmente o diagnóstico, possibilidades terapêuticas e vacinas relacionadas às arboviroses. "Temos em mente que é importante aperfeiçoar os meios de diagnósticos, para que as pessoas acometidas pelo vírus saibam qual tipo é e conheçam a conduta específica para ele. As possibilidades terapêuticas também serão aperfeiçoadas para que, quando o vírus se instale, seja possível ter um medicamento que atue mudando o curso da virose. Também estamos trabalhando em parceria com os institutos nacionais e internacionais para abreviar a chegada de vacinas", explicou Buss.
Além do intercâmbio de pesquisas e de busca de soluções, o seminário, conforme a assessora de questões regionais do National Institute of Allergy and Infectious Diseases (NIAID), dos EUA, Margarita Ossório, busca criar uma cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos, promover o intercâmbio científico entre os participantes dos dois países, identificar falhas nos conhecimentos sobre as arboviroses e ter um plano de ação para seguir adiante.
"Com este seminário, esperamos promover a colaboração entre os dois países, por meio do NIAID e NIH, no conhecimento dos arbovírus e criar um plano de ação para seguirmos adiante na luta contra esses vírus. Atualmente, o Brasil é o país número 1 em recebimento de fundos do instituto. Somente em 2014, o NIAID financiou US$ 19 milhões para pesquisas no Brasil", disse Margarita.
Convênio
O seminário faz parte de um convênio assinado em 2014 pela Fiocruz com o NIH, que é, atualmente, o maior instituto de área médica do mundo. O convênio trata dos temas arboviroses e a Amazônia.
Para o diretor da Fiocruz Amazônia, Sérgio Luiz Bessa Luz, a Amazônia apresenta diversos fatores e condições para o estudo dos arbovírus. "É uma região com grande extensão, fronteiras, diversos povos e sistemas de saúde. Portanto, este evento é uma grande oportunidade para que possamos integrar e conversar sobre projetos estratégicos buscando entender melhor a transmissão e a patogenicidade para construirmos juntos um resultado eficiente para essas arboviroses", afirmou Luz.
O seminário aconteceu de 30 de novembro a 3 de dezembro, em Manaus (AM), e reuniu pesquisadores da Fiocruz, além de pesquisadores e cientistas dos Estados Unidos e de outros institutos brasileiros.