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31/07/2024

Fiocruz e OMS fazem reunião para alinhar cooperação e ações de resposta a emergências

Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias) 


A Fiocruz, o Ministério da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) promoveram uma reunião nesta quarta-feira (31/7), no campus da Fundação em Manguinhos, no Rio de Janeiro, para alinhar ações de resposta, vigilância e cooperação em resposta a emergências em saúde. O encontro reuniu dirigentes da Fiocruz e diretores do Programa de Emergências Sanitárias da OMS e ocorreu após a Cúpula Global de Preparação para Pandemias, que terminou na terça-feira e reuniu lideranças da saúde global. Entre os objetivos da reunião, que tinha como tema o fortalecimento global para resposta a emergências, estiveram a troca de conhecimentos para prevenir, preparar e responder a emergências de saúde; aumentar a colaboração, fortalecendo laços entre a Fiocruz, a OMS e seus escritórios regionais para melhorar a coordenação das ações; e tratar de investimento e recursos para operacionalizar planos de ação e garantir a implementação eficaz das estratégias de emergência em saúde.


A delegação da OMS foi recebida no Castelo Mourisco da Fiocruz (Foto: Peter Ilicciev)

 

O presidente da Fiocruz, Mário Moreira, recebeu o grupo no Castelo Mourisco. Ele destacou a importância do encontro: “Estou muito confiante de sairmos daqui com um plano de ação para cooperarmos. Nós, da Fiocruz, temos uma ampla gama de possibilidades e áreas de cooperação para melhorar a preparação e resposta a emergências”, disse. 

Pela primeira vez na Fiocruz, o diretor-executivo do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, teve a oportunidade de conhecer o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), a Unadig e a Unidade Hospitalar do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz). Ele destacou que instituições como a Fiocruz fazem a diferença em termos de pesquisa, inovação e liderança no cenário global. “Grande parte do mundo não tem uma instituição como essa”, afirmou. “Quando estamos em Genebra, ficamos preocupados que há tanto o que fazer, com o que não está sendo feito. Mas em instituições como a Fiocruz você sabe que o trabalho está sendo feito”.

A Opas estava representada por seu diretor de Emergências em Saúde, Ciro Ugarte, que destacou as muitas parcerias em curso com o Brasil e a Fiocruz, salientando a importância da cooperação na região: “Somos um time e estamos felizes em compartilhar objetivos, que, no final, traz resultados para todos os Estados-membro”. Durante a reunião os participantes enfatizaram, sob diversas perspectivas, a necessidade de cooperação no enfrentamento às crises e emergências em saúde. “As contribuições que damos (em termos de OMS), às vezes, não é o suficiente, então precisamos de todos juntos. Essa reunião é uma demonstração de que juntos podemos ir mais longe”, disse Ugarte. “Há aprendizados do Brasil que podemos mostrar para o mundo”.


Pela primeira vez na Fiocruz, o diretor da OMS Mike Ryan conheceu algumas instalações da Fundação (Foto: Peter Ilicciev)

 

Ciência e política

A vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz (VPPCB/ Fiocruz), Maria de Lourdes Oliveira, iniciou a reunião e fez uma apresentação institucional da Fundação, em que apresentou a complexidade da instituição e possíveis áreas de cooperação. “Colaboração, confiança, compromisso e democracia fazem parte da nossa história” destacou ela, abrindo o diálogo sobre a necessidade de cooperação na resposta à emergências.

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, pontuou como a saúde é valorizada no governo e parte integrante do escopo democrático do país, direito garantido na Constituição. Voltando-se para o tema da cooperação e o cenário global, ela destacou que o atual governo representa uma “mudança de paradigma” em que o “Brasil quer olhar mais para fora, com mais colaborações e parcerias. O Brasil não só está de volta, o Brasil está na mesa e quer fazer parte da tomada de decisões”, concluiu. 

Mike Ryan destacou ser um desafio estabelecer uma boa relação entre ciência e política. De acordo com o diretor-executivo da OMS, ciência e política devem ser simbióticas e não concorrentes.

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