17/11/2015
Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), por meio do Laboratório de Flavivírus, concluiu diagnósticos laboratoriais que constataram a presença do genoma do vírus zika em amostras relativas a duas gestantes do estado da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia, conforme publicado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (17/11).
Historicamente, o IOC/Fiocruz atua na resposta a temas relevantes em saúde pública por meio da geração de dados científicos sobre desafios emergentes (foto: Gutemberg Brito)
O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso das técnicas de RT-PCR convencional e RT-PCR em tempo real. Os resultados obtidos foram reconfirmados através da técnica de sequenciamento parcial do genoma viral detectado nas amostras. Foi identificado o genótipo asiático – são conhecidos dois genótipos do vírus zika, os genótipos asiático e africano. Os resultados foram comunicados ao Ministério da Saúde. Apesar de ser um achado científico importante para o entendimento da infecção por vírus zika em humanos, os dados atuais não permitem correlacionar diretamente, de forma causal, a infecção pelo virus zika com a microcefalia. Tal entendimento se dará por estudos coordenados pelo Ministério da Saúde e outras instituições de saúde que investigam as causas de microcefalia no país.
A descoberta da presença do vírus não é suficiente para estabelecer uma relação causal entre o vírus zika e os casos de microcefalia nestas gestantes, porém traz dados novos que são relevantes para o esforço de esclarecimento dos casos. Tendo em vista o aumento na notificação de casos de microcefalia, o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, no dia 11 de novembro.
Historicamente, o IOC atua na resposta a temas relevantes em saúde pública por meio da geração de dados científicos sobre desafios emergentes. Exemplo desta atuação pautada nas questões de saúde do país, o próprio Laboratório de Flavivírus foi um criado a partir da ação pioneira do Instituto no estudo da dengue, ainda nos anos 1980.