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02/03/2007

Fiocruz perde um dos mais produtivos pesquisadores

Paula Lourenço


Os servidores do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fiocruz no Recife, amanheceram de luto nesta sexta-feira (02/03), com a perda de um dos mais produtivos cientistas da instituição, Frederico Guilherme Coutinho Abath, de 50 anos, que faleceu por volta das 21h de quinta-feira (1º/03), vítima de infarto. O corpo do pesquisador foi velado no mezanino do CPqAM. O sepultamento ocorreu no Cemitério Parque das Flores, no Curado.


 O médico Frederico Guilherme Coutinho Abath (Foto: Paula Lourenço)

O médico Frederico Guilherme Coutinho Abath (Foto: Paula Lourenço)


Filho da pesquisadora e ex-diretora do CPqAM Eridan Coutinho, Fred Abath era reconhecido pelo valioso trabalho prestado à ciência, com 80 publicações em periódicos nacionais e internacionais, e à Fiocruz, onde ingressou como funcionário em 1983, no Departamento de Imunologia do CPqAM. Assumiu a chefia do setor em fevereiro de 1994, sendo reconduzido ao cargo por outras vezes.


O pesquisador era médico, graduado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1981, quando recebeu o Prêmio Professor Octavio de Freitas por ter sido o laureado da turma, com cerca de 120 formandos. Especializou-se em saúde pública pela Universidade de Ribeirão Preto, em São Paulo, em 1985. Fez mestrado em bioquímica também na UFPE, obtendo título em 1989. Em 1992, concluiu doutorado em biologia molecular e imunologia de parasitas pelo National Institute for Medical Research, em Londres. Em 1995 recebeu o Prêmio Pirajá da Silva, no 5º Simpósio Internacional de Esquistossomose. Em 2002, foi a vez de ser contemplado com o título de cientista internacional do ano (International Scientist of the Year for 2002), pelo International Biographical Centre Cambridge.


Atualmente era bolsista de produtividade científica 1c do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Tinha experiência nas áreas de parasitologia, imunologia e biologia molecular, com ênfase em parasitologia, atuando principalmente nos seguintes temas: estudo da resposta imune da esquistossomose e leishmaniose; desenvolvimento de abordagens moleculares para diagnóstico de doenças infecciosas; e caracterização de genes/antígenos relevantes para doenças parasitárias. Estava participando de 12 projetos de pesquisa na Fiocruz, da qual era membro do Comitê Científico do Programa de Esquistossomose.


Além de pesquisador, Fred Abath era professor do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública do CPqAM, onde orientou teses, dissertações e monografias. Em 2003, recebeu o Prêmio Amaury Coutinho, entregue à melhor tese de mestrado orientada no Brasil, no 9º Simpósio Internacional de Esquistossomose. Na atividade de docência participou de 28 bancas examinadoras de trabalhos de mestrado e doutorado. Orientou nove trabalhos de mestrado, cinco de doutorado e oito de graduação, assim como oito orientações de alunos de iniciação científica. O pesquisador deixa esposa e duas filhas.

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