10/05/2021
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Com 30 milhões de doses disponibilizadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), a Fiocruz, após dois meses de entregas constantes, é hoje responsável por 40% das vacinas disponíveis no Programa. Diante da matéria veiculada nesta segunda-feira (10/5) pelo Estadão, Fiocruz descumpre promessas em série e só produz uma em cada 6,5 vacinas aplicadas, a Fiocruz vem prestar alguns esclarecimentos. A publicação faz referência a expectativas de produção, sinalizadas pela Fiocruz em agosto de 2020, quando a vacina ainda estava em estudo clínico e não havia sequer a certeza de sua eficácia.
A Fundação iniciou a produção de uma nova vacina em tempo recorde, em meio a um cenário de incertezas e a necessidade de revisões constantes de cronograma por parte de quase a totalidade dos produtores nacionais e internacionais, obtendo, com sucesso, um escalonamento de suas linhas de produção em apenas dois meses para atender à população brasileira. Houve reajustes ao longo do tempo, tanto no cronograma, quanto no quantitativo de entregas, assim como houve em cronogramas de países da Europa, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, entre outros. Desvalorizar o esforço institucional para garantir a vacinação dos brasileiros não contribui para o enfrentamento da pandemia, em meio a um ambiente já complexo e de incertezas.
Graças a instituições públicas centenárias, como a Fiocruz e Instituto Butantan, com trajetória cientifica e tecnológica de mais 120 anos, é que os brasileiros vêm tendo acesso à vacinação em larga escala; são essas as instituições que serão responsáveis pela autonomia e sustentabilidade na produção desta vacina no país. É o investimento público na ciência e na tecnologia o motor necessário para o enfrentamento da pandemia.
Além do desafio na produção das vacinas, a Fiocruz, designada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como referência em Covid-19 nas Américas, tem atuado ainda em inúmeras frentes na pandemia, com a produção de testes diagnósticos, instalação de unidades de testagem, que hoje respondem por, aproximadamente, 50% dos diagnósticos realizados no Brasil; construção de um centro hospitalar de referência, sendo a segunda maior unidade de terapia intensiva dedicada a paciente com Covid-19 no Brasil; criação de uma rede genômica para mapeamento da circulação do vírus; pesquisa e desenvolvimento de novas vacinas; participação em estudos clínicos tanto de vacinas, como de medicamentos, incluindo a coordenação do estudo Solidarity no Brasil, junto à OMS; e o monitoramento constante, com publicações de boletins e informações produzidas por seus especialistas e corpo técnico.
O processo de transferência de tecnologia está em curso e a planta industrial destinada à produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) está pronta e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Fiocruz tem prestado esclarecimentos permanentes, com transparência, e entende que essa comunicação é um dever e uma prestação de contas à sociedade brasileira, e reafirma seu papel de instituição pública e estratégica do Estado e seu compromisso no enfrentamento à pandemia.