15/02/2023
Mariella de Oliveira-Costa (Fiocruz Brasília)
Presidente em exercício da Fiocruz, Mario Moreira recebeu, na tarde desta terça-feira (14/2), o Grande-Colar do Mérito, em cerimônia no edifício-sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. "É uma honra representar a Fundação e receber em mãos do presidente do TCU, Bruno Dantas, essa bela homenagem. O sentimento de honra é maior por saber que, antes de mim, a ex-presidente da Fiocruz e agora ministra da Saúde Nísia Trindade de Lima recebeu a homenagem em fins de 2021 em nome da Fundação. Na impossibilidade de um encontro com todos os presentes à época, devido à fase aguda da pandemia de Covid-19, a outorga se deu de forma individual e a cerimônia foi adiada, realizando-se finalmente ontem, como parte das celebrações dos 130 anos do TCU", destacou Moreira. "Aproveito para parabenizar o Tribunal e agradecer a seu vice-presidente, Vital do Rego, pelas palavras de homenagem. Saúdo ainda o discurso da doutora Ludhmila Hajjar, uma das agraciadas com o Grande-Colar, que falou em nome dos demais".
Vice-presidente do TCU, corregedor e ministro, Vital do Rego foi o responsável pelo discurso de homenagem a todos os membros. Ele ressaltou que nenhuma organização é estanque ou imune a fatos externos e lembrou que os indivíduos que as formam influenciam as instituições. Segundo ele, o TCU busca inspiração nas trajetórias dessas pessoas e instituições. “É preciso valorizar quem faz a diferença na nossa coletividade, honrar sua contribuição para a sociedade, reconhecer seu esforço e manter vivos seus feitos”, ressaltou. A Fiocruz foi lembrada por seu histórico em pesquisa e na luta contra doenças endêmicas, com destaque para seu papel na produção de vacinas e atuação nas epidemias de H1N1, zika e mais recentemente na pandemia de Covid-19, e agora, contar com uma ex-presidente da Fundação no cargo de ministra da Saúde, a pesquisadora Nísia Trindade Lima.
O Instituto Butantan foi a outra instituição homenageada, além do ministro da Defesa e ministro emérito do TCU, José Múcio Monteiro, o ex-presidente da República Michel Temer, o economista e ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, o fotógrafo Sebastião Salgado, o jornalista Ribamar Oliveira (in memoriam), e a cardiologista Ludhmila Hajjar, que fez o discurso em nome dos demais homenageados. Hajjar comentou que o caminho para um país desenvolvido passa pelo investimento em ciência, e que instituições fortes e democráticas não podem contemplar vitórias curtas em ciência e tecnologia, mas a área deve ser considerada como essencial. Ela acredita na revitalização do Sistema Único de Saúde (SUS) e que as universidades não podem ser deixadas de lado no debate sobre a saúde pública, ressaltando a necessidade de parcerias público-privadas. A cardiologista indagou como os médicos brasileiros vêm sendo formados, e apontou a necessidade de critérios mais rígidos, e não só formação técnica, mas também ética e humanística desses profissionais, sendo tarefa prioritária a avaliação das 355 faculdades de medicina do Brasil.
A escolha dos candidatos ao prêmio é feita, em sessão especial, pelo Conselho do Grande-Colar, composto pelo presidente, pelo vice-presidente e pelos ministros titulares do TCU (foto: Divulgação)
O presidente do TCU, Bruno Dantas, informou que a cerimônia foi adiada devido à pandemia de Covid-19, e integra a programação dos 130 anos de instalação do Tribunal de Contas da União. A comenda foi criada em 2003 e condecora personalidades nacionais ou estrangeiras, por seu méritos excepcionais ou por relevante contribuição ao controle externo, segundo o órgão. A escolha dos candidatos ao prêmio é feita, em sessão especial, pelo Conselho do Grande-Colar, composto pelo presidente, pelo vice-presidente e pelos ministros titulares do TCU.