18/01/2018
Coordenação de Comunicação Social (CCS/Fiocruz)
Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin assinou, nesta terça-feira (16/1), na presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, autorização para repasse de R$ 12 milhões, do Fundo Estadual Científico e Tecnológico (Funcet), à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os recursos serão destinados à implantação da primeira fase do projeto de desenvolvimento e produção de dispositivos para o diagnóstico molecular de zika, dengue e chikungunya, incluindo a diferenciação entre os quatro sorotipos do vírus da dengue.
Desenvolvida pela Fiocruz em parceria com o IBMP, a tecnologia constitui uma inovação em termos mundiais e contou com recursos do Funtec (foto: Eliane Rodrigues)
A iniciativa é um esforço conjunto entre a Fiocruz, a Universidade de São Paulo (USP), o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto para apoiar um projeto inovador que tem por objetivo desenvolver dispositivos para diagnóstico rápido e preciso de múltiplas doenças simultaneamente, com possibilidades de aplicação em diferentes programas de saúde. Esta tecnologia, denominada lab-on-a-chip, dispensa instalações laboratoriais para sua execução, o que representa grande contribuição para as ações de vigilância epidemiológica e de referência laboratorial. Ao mesmo tempo, ao permitir diagnostico rápido e preciso, favorece uma conduta terapêutica mais efetiva já no local de atendimento aos pacientes.
Desenvolvida pela Fiocruz em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), a tecnologia constitui uma inovação em termos mundiais e contou com recursos do Funtec, concedidos em 2016 pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), como uma das ações estratégicas de enfrentamento da epidemia de zika, dengue e chikungunya, no âmbito da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin).
Este projeto é fruto de cooperação entre a Fiocruz e Governo de São Paulo, no âmbito do Grupo de Trabalho instituído pelo decreto nº 62.590/2017, tendo como representantes da Fiocruz os vice-presidentes de Produção e Inovação e de Gestão e Desenvolvimento Institucional, o coordenador de Ações de Prospecção, e o coordenador da plataforma translacional Fiocruz-USP, em Ribeirão Preto.
Para a presidente da Fiocruz, Nísia Lima Trindade, projeto tem um valor estratégico para a ciência brasileira (foto: Eliane Rodrigues)
Segundo a presidente da Fiocruz, esse projeto tem um valor estratégico para a ciência brasileira. “A Fiocruz fortalece sua perspectiva pioneira, presente em seu sistema de ciência, tecnologia e inovação, estabelecendo cooperação para que seus profissionais trabalhem com foco na transformação do conhecimento cientifico em produtos e inovação para o [Sistema Único de Saúde] SUS e a população brasileira. Temos que pensar em ampliar nossa presença com parcerias que sejam estruturantes para o desenvolvimento nacional e regional, envolvendo todo o sistema Fiocruz e suas unidades. Este projeto constitui uma iniciativa institucional estratégica que segue as diretrizes do sistema de inovação da Fiocruz, reafirmadas e fortalecidas pelas instâncias democráticas e participativas de nossa instituição, como ocorreu em nosso 8º Congresso Interno”, destaca Nísia Trindade Lima.
Segundo o vice-governador e titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI), Márcio França, a iniciativa da Fiocruz no interior paulista será importante para os avanços na área da saúde. “A planta será instalada em um ambiente estratégico e propício para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas. O Supera Parque faz parte do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTEc) e tem como principal vocação a área da saúde”, destaca.
Plataforma de Medicina Translacional
Essa iniciativa faz parte da atuação bi-institucional entre a Fiocruz e a USP, a partir de convênio técnico-científico assinado em fevereiro de 2016, voltado para o trabalho conjunto em pesquisa em medicina translacional, que faz parte da estratégia de fortalecimento do sistema de CT&I Fiocruz Nacional. O acordo é baseado em um plano de trabalho de cinco anos (prorrogáveis por mais tempo) que visa estruturar um novo projeto sustentável de desenvolvimento científico e tecnológico centrado nas oportunidades oferecidas pelo novo marco legal de CT&I, visando o fortalecimento de insumos para o SUS.