24/03/2023
Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)
A Fiocruz recebeu, nesta quarta-feira (22/3), a visita do subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José W.Fernandez, e sua delegação, que contava também com a cônsul no Rio de Janeiro, Jacqueline Ward. Representantes do governo americano e da Fiocruz se reuniram e conversaram sobre temas como cooperação bilateral em saúde e ambiente na região, os desafios e aprendizados na preparação para pandemias, as necessidades das cadeias de produção de insumos e desenvolvimento de vacinas com possíveis tratamentos e prevenções usando a plataforma mRNA.
Representantes do governo americano e da Fiocruz se reuniram e conversaram sobre temas como cooperação bilateral em saúde e ambiente na região (foto: Peter Ilicciev)
O grupo foi recebido no Castelo Mourisco pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger. Em seguida, as delegações americana e da Fundação se reuniram na Residência Oficial, onde debateram a pauta principal do encontro e firmaram o compromisso de uma próxima conversa para dar continuidade às discussões.
“Tivemos uma discussão fascinante com os colegas da Fiocruz sobre como podemos trabalhar juntos para nos prepararmos para as próximas pandemias e como podemos usar o aprendizado aqui na Fiocruz para melhorar e fortalecer os quadros de saúde das Américas”, afirmou o subsecretário José W.Fernandez. "A Fiocruz é uma instituição de excelência e os EUA estão comprometidos a atuar em parceria para promover saúde e desenvolvimento".
Fernandez se mostrou interessado na experiência e nos desafios enfrentados pela Fiocruz no que diz respeito a cadeia de produção de insumos, como vacinas, direcionando o debate para possibilidades e necessidade de cooperação na região diante de novas pandemias, para que não haja inequidades na produção, distribuição e acesso aos insumos.
O subsecretário de Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente dos Estados Unidos, José W.Fernandez, foi recebido no Castelo Mourisco pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger (foto: Peter Ilicciev)
“Não podemos ver países competindo por vacina, precisamos melhorar e devemos isso às nossas famílias e aos que perdemos (na pandemia de Covid-19)”, declarou ele. “Tivemos falhas nas redes de fornecimento e precisamos consertar isso. E o que ficou claro é que o Brasil tem que ser parte dessa solução, não só pelo Brasil, mas por toda a região”.
Diretor do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Mauricio Zuma destacou ser um desafio fortalecer as áreas de produção não só no Brasil mas na região, destacando não ser simples iniciar a produção de vacinas de forma rápida. “Não é só uma questão de construir instalações, é preciso um ecossistema complexo de educação, ciência e tecnologia para estabelecer um mercado estável de vacinas, assim como para aumentar nosso portfólio e fazer parte dessa rede para enfrentar novas pandemias”, assinalou ele.
Krieger ressaltou a experiência da Fiocruz durante a pandemia e os desafios de se garantir a produção em um período como esse. Ele ressaltou ainda a importância de se aprender a usar a tecnologia da vacina para Covid-19 para outras doenças, assinalando que isso pode ser feito na Fundação, que já tem essa tecnologia. Ele considerou a visita do subsecretário emblemática e expressou o interesse da Fundação em trabalhar na geração de conhecimento e no desenvolvimento de insumos para o sistema público de saúde brasileiro.
“Ficamos muito entusiasmados quando recebemos a pauta do encontro de hoje. Achamos que é o momento de materializarmos essas intenções de cooperação em um objeto mais forte entre a Fiocruz e o governo americano, para potencializamos as ações feitas no Brasil”, afirmou Krieger, chamando atenção para as interações já existentes entre instituições americanas para auxiliar o desenvolvimento científico e educacional na obtenção de novos produtos para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Reunião com o Departamento de Saúde americano e o CDC
Na manhã desta quinta-feira (23/3), houve também uma reunião de apresentação da nova adida no Departamento de Saúde e Serviços Humanos da embaixada norte-americana em Brasília, Kristin Kelling. Em sua delegação estavam também a diretora regional do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Juliette Morgan, e a analista de saúde pública do HHS, Dailani Carrijo.
Esteve em pauta um acordo geral com o CDC para o apoio de projetos e aproximar as organizações (foto: Peter Ilicciev)
Elas se reuniram no Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) com representantes das áreas internacionais de unidades da Fundação. Esteve em pauta um acordo geral com o CDC para o apoio de projetos e aproximar as organizações. O grupo também falou das parcerias com as redes que a Fiocruz coordena, como a rede de institutos nacionais de saúde da América Latina, que o CDC poderia trabalhar na região.