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23/06/2020

Fiocruz RO é contemplada em chamada para projetos de memória

José Gadelha (Fiocruz Rondônia)


Cumprindo importante papel de valorização da vida e da pesquisa científica, a Fiocruz Rondônia deu mais um passo na consolidação de ações estratégicas que também contribuam para a popularização da ciência. O projeto, intitulado Fiocruz RO: histórias de vidas dedicadas à ciência na Amazônia, foi contemplado em chamada pública para apresentação de propostas para projetos de memória institucional.

Uma das seções do livro será dedicada ao cientista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, idealizador do Ipepatro, que deu origem à unidade da Fiocruz no estado (Foto: Fiocruz Rondônia)
 

O coordenador da Fiocruz Rondônia, Jansen Fernandes de Medeiros, explica que o projeto é uma iniciativa inovadora e de impacto para o fortalecimento institucional e aproximação com a sociedade, pois “dedica-se ao resgate da nossa memória, contemplando personagens com expressiva atuação na Amazônia, no desenvolvimento da pesquisa em doenças tropicais e negligenciadas”. Desta forma, a proposta busca alcançar o objetivo maior que é estabelecer o diálogo entre o passado, o presente e o futuro, por meio do acesso a narrativas que irão descrever um importante período da história da medicina e da pesquisa em saúde, na região.

Para a vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz Rondônia, Deusilene Vieira, com a aprovação deste projeto “a instituição reafirma o compromisso já assumido com as populações da Amazônia”, permitindo ao público o acesso ao conhecimento histórico sobre os passos iniciais da pesquisa em saúde no Norte do país, e implementação do Escritório Técnico da Fiocruz em Rondônia, o que ocorreu em 2009, após incorporação do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais (Ipepatro).

O projeto

O projeto contemplado deverá ser executado até o primeiro semestre de 2021. A proposta prevê a realização de entrevistas com pesquisadores que deram grande contribuição ao desenvolvimento da pesquisa em saúde pública e colaboraram com ações decisivas para o surgimento da Fiocruz no estado e consolidação de linhas de pesquisa pioneiras. Uma das seções do livro será dedicada ao cientista Luiz Hildebrando Pereira da Silva, idealizador do Ipepatro. Mais conhecido como professor Hildebrando, o pesquisador deixou um grande legado aos estudos sobre patologias tropicais, em especial a malária.

Deusilene Vieira explica que a obra também fará um resgate ao começo do século passado, construindo uma narrativa histórica sobre a passagem do médico sanitarista Oswaldo Cruz, período em que esteve a serviço da empresa responsável pela construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. O historiador Dante Ribeiro da Fonseca, professor da Universidade Federal de Rondônia, ressalta a importância desta iniciativa. Segundo ele, “a medicina na Amazônia ingressou definitivamente na era da ciência moderna, por meio de Oswaldo Cruz e de sua equipe que trabalharam intensamente para combater as doenças tropicais na região”. Esses são registros que já aparecem em algumas obras, mas agora serão colocados em um texto, no qual a ação de Oswaldo Cruz em Rondônia se integra numa paisagem mais ampla da sua atuação na Amazônia.

A ideia é estabelecer uma ponte entre as principais ações executadas pelo sanitarista até iniciativas mais recentes que culminaram em projetos de relevância na área da pesquisa em saúde. “A proposta é contribuir para a valorização da vida, da ciência e dos pesquisadores que se dedicam à Amazônia, principalmente, neste momento em que o mundo enfrenta uma crise sanitária provocada pelo novo coronavírus”, afirma Deusilene Vieira.

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