24/08/2017
Jacqueline Boechat (COC/Fiocruz)*
O que um aparato que utiliza tecnologia de ponta tem a ver com prédios edificados no início do século 20? Para a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que desde o ano passado vem utilizando um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), conhecido como drone, para realizar inspeções nos edifícios que compõem o Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos, o equipamento representa mais economia, segurança, e, principalmente, tempo.
Os drones – zangões, em inglês – eram originalmente dispositivos de guerra, mas hoje são utilizados em diversas áreas, com economia de recursos financeiros e humanos. Segundo Benoni da Gama Oliveira, engenheiro eletricista do Departamento de Patrimônio Histórico (DPH) da COC, antes do drone, era necessário recorrer à contratação da montagem de andaimes para verificar a integridade de um telhado após uma chuva, por exemplo, o que custava em torno de R$ 5 mil. “Pela quantidade de serviços de vistoria realizados pelo equipamento, a COC já obteve o retorno de seu investimento de cerca de R$ 8 mil”, destaca.
O aeromodelo da COC, um Phanton III profissional, permite visualizar as imagens em tempo real e também tirar fotos e filmar em 4k. A alta qualidade possibilita a ampliação das imagens com riqueza de detalhes. A bateria tem autonomia para voos de 15 a 20 minutos e a câmera mantém a imagem estável, por mais que o drone oscile. “O custo de manutenção do Vant é baixo. As baterias, que custam R$ 1 mil, são a parte mais cara. Mesmo assim, duram até três anos, se bem utilizadas”, explica Jorge Luiz da Silva Pantoja, técnico de edificações da área de manutenção do DPH.
A arquiteta do DPH, Marcia Botelho, responsável pela manutenção dos prédios históricos, conta como o equipamento auxilia seu trabalho: “Recentemente, passei várias semanas analisando as fachadas do Castelo, utilizando binóculos, para fazer o mapeamento de danos. Um levantamento de áreas que precisam de manutenção preventiva ou corretiva. O drone simplificou e agilizou essa tarefa, pois as imagens captadas são ampliadas em detalhes, no meu computador, facilitando a identificação desses danos”, comemora.
Apesar da facilidade que o drone possibilita, o equipamento obedece a algumas regras de segurança e não pode representar risco ao tráfego aéreo, nem aos prédios históricos. Por esse motivo, a Casa de Oswaldo Cruz limita o uso do Vant apenas aos funcionários que fizeram um curso para pilotar o veículo, que chega a dois quilômetros de distância do ponto de partida, para todas as direções. “Além disso, é necessário operar o drone sempre em dupla, para manter a segurança do equipamento, do patrimônio e das pessoas que circulam pelo campus”, concluiu Benoni da Gama.
*Texto originalmente publicado na edição número 32 do jornal Linha Direta, da Fiocruz.
Foto: Peter Ilicciev