16/07/2020
Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)
O novo Boletim do Infogripe indica uma retomada do crescimento no número de novos casos semanais de SRAG, após a leve queda observada em maio. As ocorrências com resultado laboratorial reportadas no sistema continuam apontando um forte predomínio da Covid-19, responsável por 96,5% dos casos e 99% dos óbitos com resultado positivo para algum vírus respiratório. O vírus influenza A foi observado em apenas 0,9% dos casos e 0,3% dos óbitos com vírus respiratório identificado.
Os valores semanais ainda estão muito acima do nível considerado muito alto. Os dados são referentes à semana epidemiológica 28 (período de 5 a 11 de julho). As informações têm como base os dados inseridos até 13 de julho no Sivep-gripe, sistema de notificação de casos.
"Após atingir um primeiro pico na semana 19 (3/5 a 9/5), quando a média móvel registrou 20.516 novos casos, a curva de SRAG no país registrou queda por três semanas consecutivas até a semana 22 (24/5 a 30/5), cuja média móvel (das útimas três semanas) aponta 18.248 novos casos", ressalta o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Desde então, comenta o pesquisador, os registros semanais voltaram a subir, com um crescimento médio de 2,4% por semana, atingindo uma estimativa de 20.471 novos casos semanais para a média móvel referente à semana 27 (realizada com base nas as estimativas para as semanas 26, 27 e 28), valor muito próximo ao pico da semana 19.
Regiões
A análise mostra que todas as regiões apresentam ocorrência de casos e de óbitos por SRAG muito alta. Entre as unidades federativas que mostraram sinal de queda nos boletins anteriores, Amapá, Tocantins, Ceará e Rio de Janeiro registraram sinais de crescimento. Minas Gerais e Rio Grande do Sul indicaram possível estabilização após longo período de crescimento.
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"A possível estabilização no Paraná não se confirmou, sendo retomado o sinal de crescimento sem observação do primeiro pico no estado até o momento. A Paraíba apresentou possível estabilização, após leve retomada de crescimento, em valor abaixo do pico ocorrido em maio. Porém, acima do número de casos semanais considerado muito elevado para o estado", afirma Gomes.
São Paulo mostrou tendência de estabilização após queda leve – diminuição média de apenas 2% por semana desde o pico observado na semana 20 até a semana 25, com base na média móvel de três semanas utilizadas pelo InfoGripe. Por fim, Rondônia, Bahia e Goiás apresentam sinal de possível início de queda, sendo o sinal mais claro em Rondônia.
"Em Bahia e Goiás o sinal deve ser reavaliado no próximo boletim. Os demais estados não apresentaram alteração à tendência reportada no boletim anterior. Dada a heterogeneidade espacial da disseminação da Covid-19 no país e estados recomenda-se que sejam feitas avaliações locais, uma vez que a situação dos grandes centros urbanos é potencialmente distinta da evolução no interior de cada estado", observa o coordenador do InfoGripe.