Divulgado nesta quinta-feira (31/10), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta manutenção do sinal de queda dos casos de Covid-19 na maioria dos estados da região Centro-Sul, sinalizando reversão do cenário de aumento de infecções causadas pelo Sars-CoV-2, iniciado por volta da Semana Epidemiológica (SE) 32. Apenas o estado do Rio de Janeiro apresenta indícios de retomada de crescimento. A análise destaca também que, apesar desse quadro, a Covid-19 permanece como a principal responsável pelas internações entre os idosos nas últimas semanas. E chama atenção que o rinovírus se mantém como o principal vírus associado à internação de crianças e adolescentes de até 14 anos.
A incidência de SRAG por Covid-19 tem apresentado maior impacto em crianças pequenas e idosos, enquanto a mortalidade tem sido mais elevada entre idosos a partir de 65 anos. O estudo, que tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 26 de outubro, é referente à SE 43, período de 20 a 26 de outubro.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 12,6% para influenza A; 10,6% para influenza B; 4,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); 34,4% para rinovírus; e 24,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Em relação aos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), a atualização mostra que quatro das 27 unidades federativas apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 43: Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Rio de Janeiro. Já os estados de Mato Grosso, Pará, Paraíba e Pernambuco registram sinal de estabilidade dos novos casos de SRAG entre os idosos.
Quanto às capitais, sete apresentam sinal de aumento nos casos de SRAG até a SE 43. São elas Fortaleza (Ceará), João Pessoa (Paraíba), Manaus (Amazonas), São Luís (Maranhão), São Paulo (São Paulo), Teresina (Piauí) e Vitória (Espírito Santo).
Em nível nacional, observa-se tendência de queda ou estabilidade dos casos de SRAG nas crianças de até dois anos e na população idosa a partir dos 50 anos. Nas crianças a partir de dois anos, adolescentes e adultos, verifica-se um leve sinal de retomada do crescimento.
Mesmo diante do cenário de queda de casos de Covid-19, a pesquisadora a do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, reforça a importância da manutenção das recomendações de prevenção, principalmente para as pessoas que moram nos estados com aumento dos casos de SRAG. “O ideal é usar máscaras em locais fechados com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde. Diante do aparecimento de qualquer sinal de síndrome gripal como coriza, tosse, febre, dor de garganta, o recomendado é sair de casa usando uma boa máscara”, afirma Portella.
Incidência e mortalidade por SRAG
A incidência e a mortalidade semanal média, nas últimas oito semanas epidemiológicas, mantêm o cenário típico de maior impacto nos extremos das faixas etárias analisadas. Enquanto a incidência de SRAG apresenta impacto mais elevado nas crianças até dois anos, em termos de mortalidade ocorre o inverso, com a população a partir de 65 anos sendo a mais impactada.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 17,7% são influenza A; 1,4% são influenza B; 36,5% são VSR; 25,5% são rinovírus; e 19% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 12,6% para influenza A; 10,6% para influenza B; 4,8% para VSR; 34,4% para rinovírus; e 24,3% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Em 2024, já foram registrados 9.191 óbitos por SRAG, sendo 4.748 (51,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório; 3.697 (40,2%) negativos; e 166 (1,8%) aguardando resultado laboratorial.