22/12/2022
Lidiane Nóbrega (Agência Fiocruz de Notícias)
Divulgado nesta quinta-feira (22/12), o novo Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em estados de todas as regiões do país. Os dados indicam crescimento em todas as faixas etárias, com maior destaque na população adulta. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 50, período de 11 a 17 de dezembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 19 de dezembro.
O estudo mostra crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). A desaceleração na curva nacional pode ser atribuída à queda recente nos casos de SRAG nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Em razão ao cenário atual e à proximidade das celebrações de final de ano, o pesquisador Marcelo Gomes recomenda a manutenção de cautela em relação a situações de risco de infecção. “Especialmente para pessoas com maior risco de desenvolver casos graves, o uso de máscaras adequadas no transporte público, locais fechados ou mal ventilados, e nas aglomerações deve ser mantido até que o cenário epidemiológico volte à situação de baixa circulação do Sars-CoV-2”, sinaliza o coordenador do InfoGripe.
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,7% para influenza A; 0,1% para influenza B; 8,3% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 80,2% Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,7% para influenza A; 0,1% para influenza B; 8,3% para VSR; e 80,2% Sars-CoV-2.
Em São Paulo, o VSR mantém presença expressiva nas crianças de 0 a 4 anos, além de apresentar retomada do crescimento nesse público nos três estados da região Sul e no DF.
Estados
Vinte das 27 unidades federativas apresentam crescimento moderado de SRAG na tendência de longo prazo até a SE 50: Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Nesses estados, o aumento está presente na população adulta e nas faixas etárias acima de 60 anos, compatível com aumento de internações associadas à Covid-19.
Nos estados da Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo, se observa queda no número de novos casos semanais. Na Paraíba, a diminuição é clara na macrorregião I, que inclui a capital João Pessoa. Nas demais macros, se observa interrupção do crescimento. Em São Paulo, a queda ou interrupção do crescimento é vista principalmente nas macrorregiões de saúde da metade sul e litoral do estado. No norte, existe crescimento em algumas macrorregiões. Nas macrorregiões do entorno da capital, o sinal é de queda clara.
Capitais
Entre as capitais, 14 das 27 apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo até o mesmo período: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI).
Em João Pessoa (PB), no Rio de Janeiro (RJ) e em São Paulo (SP), os dados apontam para queda no número de novos casos semanais.