25/09/2020
O novo Boletim Observatório Fiocruz Covid-19 mostra que, entre 7 e 21 de setembro, houve redução de leitos para adultos por 10 mil habitantes no Amazonas, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Quanto à ocupação, o cenário geral mantém melhora, com exceção para o município do Rio de Janeiro, que permanece na zona crítica, com 86% dos seus leitos de UTI Covid-19 para adultos preenchidos.
A análise é referente às semanas epidemiológicas 37 (de 6 a 12 de setembro) e 38 (de 13 a 19 de setembro). O Boletim é realizado por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Fiocruz, voltada para o estudo da Covid-19 em suas diferentes áreas. Divulgado quinzenalmente pela Fundação, o estudo traz um panorama geral do cenário epidemiológico da pandemia com indicadores-chave para o monitoramento da situação nos estados e regiões do país.
“Como o estado do Rio de Janeiro não disponibiliza no seu painel Covid-19 a taxa de ocupação de leitos de UTI, temos trabalhado com a taxa para a capital. Além do município do Rio, outra preocupação é o estado de Goiás que tem se mantido na zona crítica há semanas. O Distrito Federal permanece com nível de ocupação de leitos de UTI elevado (75,8%), embora na zona de alerta intermediária”, afirmou a pesquisadora Margareth Portela, especializada em estudos sobre a utilização, qualidade e custos de serviços de saúde.
A avaliação mostra que as taxas de incidência e de mortalidade de casos do Covid-19 permaneceram em níveis altos, com variações mais evidentes em algumas unidades da Federação, como a queda no número de casos no Amapá, Maranhão e Santa Catarina. Mantém-se a tendência de aumento no Rio de Janeiro e Goiás, estados que vêm apresentando sinais de sobrecarga dos hospitais.
O número de óbitos nessas semanas sofreu redução no Amazonas e Roraima e aumentou em Rondônia e Pará. De acordo com a análise, as oscilações observadas na região Norte apontam uma situação de alerta nesses estados, onde outros surtos podem ocorrer, novamente comprometendo a capacidade de atendimento na rede atenção de saúde.
Em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), os valores mais altos estão no Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. No entanto, a grande maioria dos estados encontra-se com incidências em níveis muito altos na comparação com mesmo período dos anos anteriores. O estado de Mato Grosso permanece com uma discrepância entre os números de registros reportados no Sivep-Gripe (principal fonte de dados utilizada para análises de vigilância de SRAG) e os de casos reportados no painel mantido pela secretaria do estado. Entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, cerca 97,4% dos casos e 99,3% dos óbitos são em consequência do novo coronavírus.