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02/10/2020

Método Wolbachia contra arboviroses chega a Belo Horizonte (MG)

Fiocruz Minas


A Prefeitura de Belo Horizonte (Minas Gerais), em parceria com o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o World Mosquito Program (WMP Brasil), inicia nesta segunda-feira (5/10) a liberação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia em três áreas de abrangência da Regional Venda Nova: Copacabana, Jardim Leblon e Piratininga. O método inovador é mais uma estratégia para o combate da dengue, zika e chikungunya. 

A liberação dos mosquitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fiocruz, com apoio financeiro do Ministério da Saúde (foto: Método Wolbachia)

 

O início das liberações será realizado em um encontro que contará com a presença do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; da representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas no Brasil), Socorro Gross; da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima; do secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral Pereira da Silva; e do secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Laurício Monteiro Cruz, a diretora do Departamento de Ciência e Tecnologia, Camile Sachetti,  a coordenadora Geral de Vigilância das Arboviroses, Noely Moura, o Subsecretário Estadual de Vigilância em Saúde, Dario Brock Ramalho, o Subsecretário Municipal de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta e o líder do Método Wolbachia no Brasil e pesquisador da Fiocruz, Luciano Moreira também participam do evento. 

A liberação dos mosquitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos. Na capital, a implementação da iniciativa será realizada em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte. Com recursos próprios, a prefeitura construiu uma biofábrica para a produção dos Aedes aegypti com Wolbachia, o que proporcionará maior sustentabilidade para o projeto na cidade, sendo o primeiro município do mundo a dispor desta estrutura própria.

Wolbachia

O Método Wolbachia tem eficácia comprovada. Um Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em Yogyakarta, Indonésia, aponta uma redução de 77% na incidência de dengue em áreas tratadas com Wolbachia em comparação com áreas não tratadas.

A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti, e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins-lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. 

Quando presente no Aedes aegypti, a Wolbachia impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do inseto, contribuindo para a redução destas doenças. Não existe modificação genética neste processo.

O Método Wolbachia consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e seja estabelecida uma população destes mosquitos, todos com Wolbachia. Veja ilustração abaixo.


 
Método Wolbachia em BH

Em Belo Horizonte (MG) serão realizadas duas ações relacionadas ao Método Wolbachia: com início da soltura no dia 05 de outubro, três áreas de abrangência da Regional Venda Nova (Centros de Saúde Copacabana, Jardim Leblon e Piratininga); e um estudo clínico randomizado controlado (Randomized Clinical Trial, RCT) que cobrirá outras regionais, em uma área onde vivem cerca de 400 mil pessoas. 

Até o final do ano serão atendidos os demais bairros que estão contemplados no estudo clínico. O RCT (sigla em inglês) é um estudo complementar ao trabalho de implementação do Método Wolbachia e será conduzido por uma equipe da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Para viabilizar a chegada do Método Wolbachia na capital, a Prefeitura de Belo Horizonte  construiu uma biofábrica, instalada no bairro São Francisco, além de contar com um programa municipal de controle que atende a todos os requisitos do Ministério da Saúde. O espaço tem aproximadamente 250 metros quadrados e abriga a equipe do WMP Brasil/Fiocruz e da prefeitura responsável pela produção dos Aedes aegypti com Wolbachia. Para esta primeira etapa de liberações, a produção esperada é de cerca de 275 mil mosquitos por semana. 

O Método Wolbachia é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela prefeitura. A população deve continuar a realizar as ações de combate à dengue, zika e chikungunya que já realizam em suas casas e estabelecimentos comerciais.

Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis em wmpbrasil.org ou @wmpbrasil nas redes sociais. 

Serviço

O evento que marca o início da liberação dos mosquitos em Belo Horizonte será realizado na biofábrica, localizada no bairro São Francisco (Av, Aveiros, 191), às 9h e é restrito às autoridades em função das limitações de espaço e em observação aos protocolos de segurança.

Na sequência, às 10h20, as autoridades irão liberar simbolicamente os mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia nas imediações do Centro de Saúde Jardim Leblon (Rua Humberto Campos, 581). Esta atividade é aberta à imprensa. 

Às 11h, as autoridades presentes atenderão a imprensa no local. Para imagens de apoio sobre o Método Wolbachia, favor contatar Guilherme Costa (guilherme.costa@worldmosquito.org, 21 99643 4805).

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