Mulheres e Meninas na Ciência: Fiocruz promove Imersão no Verão 2025

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Simone Kabarite (Vpeic/Fiocruz)
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O Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), promove o evento Imersão no Verão 2025, com cinco dias de atividades – de 10 a 14 de fevereiro -, voltadas para 200 estudantes do ensino médio da rede pública do Rio de Janeiro. A programação inclui a visitação das alunas aos laboratórios e espaços de pesquisa, acompanhadas por pesquisadoras da Fiocruz, que tornarão pública a rotina profissional, a fim de despertar o interesse das meninas para a carreira nos campos da saúde e ciência. A programação também engloba mesas de debates e atividades culturais.

Segundo a coordenadora de Divulgação Científica da Vpeic/Fiocruz, Cristina Araripe, a iniciativa tem como principal objetivo promover debates sobre a importância atual da equidade de gênero e raça na ciência. “Com a finalidade de aproximar a sociedade deste grande desafio, que é a inclusão de mais mulheres e meninas na pesquisa, a Fiocruz vai, mais uma vez, abrir as suas portas, seus laboratórios para que jovens alunas de ensino médio conheçam de perto os projetos desenvolvidos pela instituição”, destacou. 

Ampliar acesso a universidades

A edição deste ano pretende ampliar e fortalecer as iniciativas e experiências já existentes, com foco em duas importantes questões de base. “De um lado, queremos envolver mais pesquisadoras, gestoras e alunas de pós-graduação em nossas ações educativas, de popularização e divulgação científica, de outro, queremos contribuir para que as alunas de escolas públicas participantes tenham mais acesso às universidades, em áreas de conhecimento, onde existem poucas mulheres no mercado de trabalho. Na própria Fiocruz, em setores de produção de vacinas, imunobiológicos, medicamentos, ou seja, onde há sub-representação feminina na pesquisa em CT&I”, argumenta Cristina.   

Comemorado em todo o mundo em 11 de fevereiro, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência já entrou no calendário da Fiocruz, mobilizando trabalhadoras de várias unidades técnico-científicas regionais da Fundação em todo o país. Desde 2019, quando teve início, o evento já recebeu 900 alunas que participaram de atividades promovidas pelo Programa, vinculado à Vpeic-Fiocruz. 

Programa abriu portas para estudante da UFRJ 

Ao longo destes seis anos de existência, é possível registrar o impacto positivo que o Programa exerceu na vida de alunas participantes. É o caso da estudante de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduarda Bento, que participou da edição de 2020. Ela relembra como o evento foi o ponto de partida para novas possibilidades e um novo mundo que se descortinaram naquele momento.

”Não é como se tivesse passado só dois dias na Fiocruz. Eu pude conhecer tanta gente e ter acesso a tanta informação diferente que é como se eu tivesse passado quase metade de uma vida naquele espaço. Foi algo transformador, porque mudou a minha perspectiva de vida, possibilitou vislumbrar novas possibilidades, fez com que eu criasse novas amizades e tivesse essas pessoas comigo até hoje. Foi uma experiência profunda, tanto para minha vida profissional e acadêmica como pessoal”, descreve.  

Antes de participar do evento promovido pela Fiocruz, Eduarda afirma não ter pensado em seguir carreira na área de saúde. “As pesquisadoras que se voluntariaram para receber as meninas em seus laboratórios foram peças fundamentais, porque muitas mantiveram contato com a gente e fizeram um trabalho de mentoria, orientação e acompanhamento, com informações sobre possibilidades em carreiras na área. Eu digo isso em relação a uma vaga numa universidade federal ou de iniciação científica. Posso dizer que não foi uma experiência de apenas dois dias, foi uma experiência de vida mesmo”, declara.

Eduarda hoje é bolsista do Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, atua junto à mobilização de meninas nas escolas e vê a experiência como uma forma de projetar sonhos profissionais. “Essa experiência casa muito com meus objetivos futuros no campo da ciência e da saúde, porque eu pesquiso sobre letramento em saúde para pacientes com doenças inflamatórias intestinais. Mesmo que seja pesquisa de outro campo, envolve a educação como promotora de saúde, como algo que possibilita o bem-viver e o bem-estar de uma determinada população. É o que me possibilita sonhar, o que quero projetar para a minha vida profissional é continuar esse casamento entre saúde e educação que caminham juntas e possibilitam diferentes formas de existir”, destaca.

Confira a programação completa no Portal Fiocruz