Município do Paraná mostra importância do teste rápido para HIV em gestantes

Publicado em
Fernanda Marques
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Trabalho feito pelo Programa Municipal de DST/Aids de São José dos Pinhais (PR) demonstrou a importância da implantação do teste rápido para HIV nas maternidades como forma de evitar a transmissão do vírus de mãe para filho (transmissão vertical), principalmente durante o parto e o aleitamento. O estudo é um dos cerca de 80 painéis que serão apresentados no 2º Congresso da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre DST/Aids, promovido pela Fiocruz de 14 a 17 de abril, no Rio de Janeiro.


É fundamental que ao longo da gravidez e na hora do parto o médico saiba se a mulher é portadora do HIV, para que sejam tomadas as medidas necessárias para prevenir a contaminação do bebê. “Preconiza-se que durante o pré-natal – no primeiro e no terceiro trimestres da gestação – a mulher faça o teste para HIV. Contudo, ela pode continuar com vida sexual ativa e, portanto, há risco de se infectar ainda durante a gravidez e dar a luz sem saber que está contaminada, com risco também de transmitir o vírus durante a amamentação. Por isso, o teste rápido para diagnóstico do HIV, momentos antes do parto, torna-se uma ferramenta importante para prevenir a transmissão vertical: neste momento, as ações de prevenção são totalmente efetivas, uma vez que acontecem de forma imediata, direta e mensurável”, explica o coordenador do Programa Municipal de DST/Aids de São José dos Pinhais, João Rodrigues Neto.


De março de 2007 a fevereiro de 2008, todas as mulheres que deram a luz nas maternidades do município paranaense foram submetidas ao teste rápido para HIV antes do parto. Para não haver risco de infecção, todas as mulheres fizeram o teste, inclusive aquelas que já tinham realizado exames durante o pré-natal. O resultado foi negativo em 2.243 mulheres e positivo em 4. Destas quatro, três já sabiam ser portadoras do vírus e recebiam acompanhamento do Programa Municipal de DTS/Aids.


Apenas uma só descobriu que estava infectada no momento do parto. “Imediatamente, instituiu-se quimioprofilaxia com anti-retroviral e acompanhamento do bebê, sendo que este, já no primeiro exame da carga viral, apresentou resultado indetectável, um bom indicativo de que não houve transmissão vertical”, diz Neto. “Ao começarmos o trabalho, tínhamos em mente que, se evitássemos a contaminação de pelo menos um bebê, todo o esforço já teria valido a pena. Fomos, portanto, recompensados”, conclui.