Personagem atuante no processo de democratização da Fiocruz, o argentino Dalton Mario Hamilton, que morreu no último 25 de julho, completaria 76 anos nesta sexta-feira (15/8). Pesquisador-titular da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fundação, exerceu atividades de pesquisa e docência na área de planejamento em saúde. Ele ocupou os cargos de superintendente de Administração Geral (SAG), superintendente de Planejamento, vice-diretor da Ensp e vice-presidente de Desenvolvimento Institucional da Fiocruz.
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Mario Hamilton (à direita), o ministro José Gomes Temporão e o vice-presidente da Fiocruz Paulo Gadelha |
A trajetória de Mario Hamilton na Fiocruz, além de muitas outras atividades, foi permeada por sua atuação no movimento da Reforma Sanitária. Ele afirmava, em 1986, que aquele era o momento para as propostas da área de saúde serem levadas à prática, embora soubesse que o caminho a ser percorrido havia apenas começado. “É um desafio complicado, porque as próprias interpretações da Reforma Sanitária aparecem como arranjos institucionais, arranjos do fundo único, o sistema único, as brigas entre as instituições... Pouco se fala de programar atenção médica, de melhorar a quantidade, a qualidade dos serviços de atenção médica, que é um dos grandes problemas do Brasil”.
Dalton Mário Hamilton, segundo seus amigos e colegas de trabalho, foi um dos grandes nomes na história da saúde pública no Brasil. Um homem de planejamento. Trouxe modernas práticas de gestão à Fiocruz. Dentre muitas atividades, atuou em sistemas de informação em saúde desde a Argentina, passando pelo interior de Minas Gerais e Pernambuco, até chegar à Fiocruz, onde abraçou a causa da Reforma Sanitária brasileira.
A dedicação ao trabalho convivia com heranças da infância. Não faltaram as atividades esportivas, como futebol, basquete (que treinava duas vezes por semana), xadrez e cartas. Considerava-se quase um expert nessa última modalidade. Amante da vida e das grandes cidades, Hamilton também era conhecido por ser exímio dançarino de tango.
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Mario Hamilton dança tango em seu último aniversário, em 2007 |
Gabriela e Mariano são os filhos do primeiro casamento. Susana Esther Badino, esposa com quem vivia há 46 anos, é a mãe de seus outros quatro filhos: Wanda, Santiago, Alejandro e Luis Alberto. Teve dez netos.
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