Pesquisadores fazem previsões sobre as vacinas do futuro

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Quais serão as vacinas do futuro? Esta instigante pergunta será respondida por Gustav Nossal, professor emérito do Departamento de Patologia da Universidade de Melbourne, na Austrália, durante o simpósio Erradicação da Varíola após 30 Anos: Lições, Legados e Inovações, no Rio de Janeiro, de 24 a 27 de agosto. De acordo com Nossal, autor de sete livros e 530 artigos científicos no campo da imunologia, vacinas para malária e Aids, bem como uma nova vacina para tuberculose, podem estar disponíveis a médio prazo, dentro de uma a duas décadas.



Ainda segundo o médico, num prazo menor, dentro de cinco a dez anos, devem estar disponíveis uma vacina conjugada para o tifo, uma vacina à base de proteína para Neisseria meningitidis do sorogrupo B (bactéria causadora de meningite meningocócica), vacinas para shigelose (disenteria bacteriana), uma vacina à base de proteína para Streptococcus pneumoniae (bactéria causadora de pneumonia e meningite) e uma vacina para Streptococcus do grupo A. Já num prazo maior, dentro de 20 a 50 anos, surgirão vacinas para doenças auto-imunes, como diabetes juvenil e doença celíaca, e para o câncer.



As previsões de Nossal são feitas com base em sua vasta experiência profissional. Ele presidiu o comitê que supervisionou o Programa Global para Vacinas e Imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi presidente do Conselho Consultivo Estratégico do Programa de Vacinas para Crianças da Fundação Bill e Melinda Gates e também esteve à frente da União Internacional de Sociedades de Imunologia.



Durante o simpósio, as vacinas do futuro também serão alvo da análise de Myron Levine, do Centro para o Desenvolvimento de Vacinas da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland em Baltimore, nos Estados Unidos. Levine chama a atenção para as diferenças entre os países industrializados e os países em desenvolvimento. Nos primeiros, segundo o pesquisador, haverá uma crescente preocupação com a segurança das vacinas e o desenvolvimento de vacinas para doenças crônicas. No segundo, os esforços estarão concentrados em vacinas para doenças infecciosas de impacto na saúde pública. “As futuras vacinas para o mundo em desenvolvimento visarão também imunizar com êxito com um número menor de doses (de um modo ideal, com apenas uma única dose, no início da vida), sem a necessidade de uma agulha e de uma seringa, para obter uma maior proteção sem doses de reforço e de modo a suportar os extremos de um calor tropical e de um frio congelante, sem efeitos prejudiciais à sua potência”, avalia, no resumo.


Publicado em 20/08/2010.