O Arquivo Oswaldo Cruz passou a integrar o registro do Programa Memória do Mundo da Unesco. O Comitê Nacional do programa emitiu, em 8 de novembro de 2007, certificado em que “confirma o valor excepcional e o interesse nacional de um acervo documental que deve ser protegido para benefício da Humanidade”. O programa tem o objetivo de assegurar a preservação de documentos e conjuntos documentais de importância mundial, de natureza arquivística ou bibliográfica, por meio de seu registro na lista do patrimônio documental da humanidade, além de democratizar o acesso a esses documentos.
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Os documentos de Oswaldo Cruz permaneceram na instituição após sua morte e foram organizados a partir da década de 40 por um arquivista (Imagens: Acervo Casa de Oswaldo Cruz) |
Para a diretora da Casa de Oswaldo Cruz (COC), Nara Azevedo, esta conquista reforça um dos compromissos da Fiocruz - o de preservar e divulgar arquivos da Fundação, arquivos pessoais e de outras instituições - e demonstra o reconhecimento da Unesco sobre a importância das investigações históricas no campo da saúde. A partir da estruturação em departamentos, em 1989, a COC delegou a tarefa de preservação dos documentos históricos ao Departamento de Arquivo e Documentação (DAD). Os documentos pertencentes ao Arquivo Oswaldo Cruz passaram à sua custódia em 1990, e reúnem atualmente três mil itens, como correspondências, textos científicos, plantas, mapas e outros documentos produzidos pelo sanitarista.
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Croqui do Castelo de Manguinhos da Fiocruz, no traço original de Oswaldo Cruz |
Parte dos documentos de Oswaldo Cruz permaneceu na instituição após sua morte e foi organizada, durante a década de 1940, pelo arquivista Albino Antonio Taveira. Sua organização, no entanto, se perdeu em um dado momento. Somente em 1970, como parte das comemorações do centenário de nascimento de Oswaldo Cruz, os documentos foram recuperados e listados pelo museólogo Luis Fernando Fernandes Ribeiro, sob a orientação da então chefe da Biblioteca de Manguinhos, Lucília Meyer Friedmann. Os documentos foram acondicionados em pastas, acompanhados de uma lista de tombamento, sendo franqueados novamente à consulta, o que impediu que se deteriorassem definitivamente.
A partir de 1972, alguns documentos ficaram expostos na Sala Oswaldo Cruz, situada no segundo andar do Castelo Mourisco, que na ocasião foi aberta à visitação como espaço museológico. Posteriormente, todo o conjunto foi levado para o prédio da Cavalariça (atual espaço da Biodescoberta do Museu da Vida), onde foi instalado, em 1986, o Museu de Oswaldo Cruz, então responsável pela preservação da memória museológica, arquitetônica e documental da Fiocruz.