Início do conteúdo

12/08/2015

Pesquisa inédita traça o perfil da enfermagem no Rio

Coren-RJ e Cofen


A enfermagem hoje no país é composta por um quadro de 77% de técnicos e auxiliares e 23% de enfermeiros. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, cujos resultados também apontam desgaste profissional em 64,2% dos entrevistados e grande concentração da Força de Trabalho na Região Sudeste (mais da metade das equipes consultadas). O mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina é inédito e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro. Os dados do estado do Rio serão lançados nesta quarta-feira (12/8) em evento, às 14h, no Centro do Rio de Janeiro.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,8 milhão). A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

“Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo e pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Maria Helena Machado.

A pesquisa foi encomendada pelo Cofen para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

Principais dados e resultados

Qual é o Perfil da Enfermagem no Rio de Janeiro? A pesquisa foi realizada em todo o Estado do Rio de Janeiro, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de mais de 230 mil profissionais. A enfermagem hoje no Rio de Janeiro é composta por um quadro de 80,9% de técnicos e auxiliares e 19,1% de enfermeiros.

Onde trabalham? No quesito mercado de trabalho, 70,1% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público; 29,2% no privado; 1,4% no filantrópico e 9,8% nas atividades de ensino. No Rio de Janeiro, 69,7% da equipe de enfermagem declaram desgaste.

Renda mensal? Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 2,8% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um percentual de 13,6% de pessoas que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão em condições de subsalário.
 
Dedicação exclusiva: dos profissionais da enfermagem, a maioria (53,7%) tem apenas uma atividade/trabalho.

Salários: os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (22,8%), o filantrópico (32,7%), o público (10,6%) e o de ensino (11,3%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

Masculinização: a equipe de enfermagem no Rio de Janeiro é predominantemente feminina, sendo composta por 82,3% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 17,6% dos homens, acima, portanto, da média nacional (14,4%). “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

Profissionais qualificados acima do exigido: o desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem no Rio de Janeiro. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que 43,9% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação. Esse percentual é o maior encontrado para a Região Sudeste.

Desemprego aberto: a área já apresenta situação de desemprego aberto, com 11,5% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% desses profissionais.

Concentração na capital: no Rio de Janeiro, a metade da equipe de enfermagem (50%) se concentra na capital do estado.

Serviço:
Lançamento da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Rio de Janeiro
Data: 12 de agosto (quarta-feira)
Horário: 14h
Local: Rua México, 128 – 10º andar. Rio de Janeiro/RJ
Fontes: Cofen, Fiocruz, Coren/RJ

Voltar ao topo Voltar