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12/11/2024

Pesquisadores falam sobre exposição humana à poluição atmosférica

Camile Duque Estrada (Agência Fiocruz de Notícias)


Em uma atuação coordenada frente aos desafios ambientais, a Fiocruz tem promovido discussões sobre os impactos das mudanças climáticas e qualidade do ar na saúde e na segurança do trabalhador. Essas iniciativas procuram reforçar a articulação interinstitucional e ampliar o diálogo entre a sociedade civil e o governo, além de reiterar o apoio aos povos originários e tradicionais fundamentais para a garantia de manutenção da biodiversidade e preservação dos ecossistemas brasileiros.

"A Fiocruz está comprometida em enfrentar os desafios da exposição humana à poluição atmosférica com foco na saúde pública. Estamos estruturando um Grupo de Trabalho (GT) sobre Qualidade do Ar e Saúde, coordenado pela pesquisadora Juliana Rulli e vinculado à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, fortalecendo várias iniciativas de pesquisa e ensino, que são fundamentais para entender os riscos à saúde, orientar políticas públicas e promover a saúde de forma integrada”, ressalta o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Hermano Albuquerque de Castro.

Além de um problema ambiental, com consequências para biodiversidade, a prática das queimadas somada ao clima seco, causa preocupação e traz uma série de prejuízos para a saúde humana, com aumento das doenças respiratórias, internações e alta no número de mortes. Pessoas com mais de 60 anos; crianças com menos de cinco anos; pessoas com a saúde comprometida e predisposição a doenças pulmonares e cardiorespiratórias são mais vulneráveis aos elementos tóxicos presentes na fumaça, ressalta a pneumologista do Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/Fiocruz), Patricia Canto.

“As queimadas podem desencadear crises de asma, enfisema pulmonar, alergias respiratórias, infecções, além da piora de quadros cardiopulmonares, doenças coronarianas e tromboembólicas. A exposição constante à fumaça, mesmo para pessoas saudáveis, e fora da idade de risco, pode acarretar falta de ar, rinite, tosse, asma e doenças infeciosas”, alerta Patricia. 

A baixa umidade do ar, com poucas chuvas e aumento da poluição atmosférica requer cuidados especiais com a saúde. Reforçar a hidratação; cuidar da saúde dos olhos, com colírios hidrantes; utilizar umidificadores de ar ou bacias com água nos ambientes de maior uso e no quarto na hora de dormir; evitar exercícios físicos ao ar livre nos períodos críticos, de maior secura do ar; e procurar atendimento médico ao menor sinal de desidratação são medidas simples, recomendadas pela pneumologista. 

“É importante ficar atento aos sinais do corpo, e ter agilidade na busca por serviços de saúde. Para os grupos mais vulneráveis, a sugestão é que fiquem alerta aos sintomas já existentes e aos novos que surgirem, como aumento de tosse, piora da falta de ar ou aumento de secreção. Já as pessoas sem doenças prévias, devem observar, além do surgimento dos sintomas já mencionados, quadros de rinite, ressecamento do nariz, garganta e olhos. Além disso, é importante ressaltar, que as autoridades responsáveis devem ser procuradas em caso de focos de incêndio, para evitar acidentes graves e fatais”, complementa.

Para os moradores das regiões afetadas pelas queimadas, a pesquisadora da Fiocruz Piauí, Beatriz de Oliveira, recomenda manter a hidratação constante. “O objetivo é evitar que os poluentes das queimadas provoquem efeitos inflamatórios. É recomendado fechar portas e janelas, reduzindo a exposição à fumaça, e evitar atividades extenuantes”, explica a pesquisadora.

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