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02/05/2016

Presidência da Fiocruz prestigia os 40 anos de Farmanguinhos

Viviane Oliveira (Farmanguinhos/Fiocruz)


A última semana de abril foi marcada por uma programação especial em comemoração aos 40 anos do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). No dia 28/04, a presidência da Fiocruz, representada pelo presidente, Paulo Gadelha, o vice-presidente de Produção e Inovação, Jorge Bermudez, e a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação, Nísia Trindade, esteve presente no evento da unidade para comemorar as vitórias obtidas ao longo destes anos e para pensar no presente e olhar para as alternativas do futuro.

Durante o evento de recepção à presidência, Virginia Marques, do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH/Farmanguinhos), falou sobre a importância da valorização dos funcionários e as atividades de integração. “A nossa comemoração está sendo com muita alegria e responsabilidade, focando no que temos de melhor, a nossa gente. Precisamos e devemos construir um ambiente de união, fraternidade, solidariedade, vendo o trabalho como sinônimo de realização e prazer. Criar espaços de participação e expressão é a chance que temos para nos tornarmos fortes”, ressaltou.

Vice-presidente de Produção e Inovação, Jorge Bermudez inaugurou a mesa de debates parabenizando o trabalho realizado na unidade. “Saudação especial a toda equipe da unidade, porque tem toda uma história com construção importantíssima, realizações e sucesso. Cada vez mais Farmanguinhos tem um importante papel no Sistema Único de Saúde, com inovação, Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDP), entre outras atividades, com uma equipe esforçada e uma direção muito firme”, frisou.

Em seguida, Nísia Trindade destacou as ações científicas para a saúde do país. “Parabenizo todos vocês que constroem essa história a cada dia e que cumprem um papel fundamental do ponto de vista da saúde pública, estratégica para o país na área de fármacos, reforçando a saúde como um direito do cidadão e, ainda, a autonomia e o desenvolvimento nacional da saúde pública. Essa marca de 40 anos é ainda de juventude, mas mostra um caminho de maturidade trilhado”, assinalou.

Operação no presente, de olho no futuro

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Paulo Gadelha, apresentou a palestra Os desafios da política nacional de saúde e o papel de Farmanguinhos, em que fez um panorama geral do contexto do país, com crise política, econômica e sanitária significativa. “Estamos em um desafio especial, enquanto cidadãos, profissionais e instituição. Nós precisamos, individual e coletivamente, ter capacidade de dialogar, analisar, agir de maneira coesa e avaliar os processos e os projetos que dão significado à missão da Fiocruz, valorizando o que temos como questões centrais, para continuar interagindo com estas conjunturas, por mais instáveis que sejam”, salientou Gadelha.

Segundo o presidente da Fiocruz, a instituição já aprendeu a saber lidar com todos estes momentos de incerteza. “O que dá a esta instituição a capacidade de resiliência são muitas questões, como o legado, a história, o símbolo que tem, a resposta que dá à sociedade, o processo de gestão participativa, acompanhamento coletivo, seja com o Conselho e com o Congresso Interno. Além do fato de nos planejarmos de maneira clara com projetos de curto e longo prazo. Constantemente pensando, reinventando, e assumindo protagonismos”, destacou.

Paulo Gadelha ainda reconheceu a importante participação de Farmanguinhos na situação de emergência sanitária com o vírus zika e falou sobre o desenvolvimento do DengueTech, larvicida eficaz contra a proliferação das larvas do mosquito Aedes aegypti, pela equipe da engenheira bioquímica Elizabeth Sanches.

O presidente da Fiocruz também falou sobre a pirâmide demográfica da sociedade, comparando os anos de 2010, 2030 e 2050 e as doenças infecciosas de 1930 a 2007. “É um desafio de repensar como vamos trabalhar esta nova realidade. Estamos fazendo um processo de transição articulada, entre a nossa forte experiência com doenças infecciosas, mas também entrando cada vez mais no campo das não infecciosas, como as doenças degenerativas, cardiovasculares, o câncer, entre outras. A ideia de prospecção, de pensar no futuro, significa também a forma da gente operar politicamente, tecnicamente, cientificamente e, ainda, as relações de discurso, em relação ao país e a sociedade”, alertou Gadelha.

O presidente apresentou um histórico de Farmanguinhos, com momentos importantes da instituição para a promoção da saúde pública, citando implantação dos genéricos, aquisição do Complexo Tecnológico de Medicamentos e a produção de efavirenz e oseltamivir. Além disso, apresentou os novos produtos e falou sobre a implantação de PDP. “Essas parcerias apresentam uma série de questões que precisam ser melhoradas, tanto para garantir a viabilidade deste mecanismo, como também para garantir a coerência dos processos decisórios”, afirmou Gadelha.

O diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Hayne Felipe, concordou com as falas do presidente. “O Gadelha sinalizou o que temos vivido e nossas preocupações. Precisamos fazer uma aposta de rumos no sentido da PDP, com complementariedade e a incorporação destas tecnologias farmacêuticas. E o mais importante é que o Brasil tenha esta independência para a produção de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Temos feito este exercício dentro dos nossos limites da unidade”, afirmou Hayne.

Para finalizar, o presidente Paulo Gadelha destacou três pontos importantes, como a implantação das PDP, a sustentabilidade e a planta de Farmoquímica, que está em negociação para ser instalada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo ele, a unidade deve pensar nas linhas de força para uma operação no presente, se antecipando ao que está nas prateleiras e às necessidades da população. “Temos que aproveitar a alegria e as glórias para nos prepararmos para os próximos 20 anos. Temos que estar preparados para atuarmos em todas as dimensões, pesquisa, tecnológica, produção, arranjos organizacionais e na política. Nós somos capazes de produzir agenda positiva e continuar com este protagonismo”, destacou Gadelha. O presidente da Fiocruz ainda ressaltou a situação atual como oportunidade. “Vamos aproveitar a crise com mais integração e mais criatividade. Ela exige esforço, inteligência e capacidade analítica de cada um de nós para situar neste momento atual e no momento de prospecção daqui para frente”, concluiu.

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