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18/05/2021

Radar Covid-19 Favelas aborda avanço da fome na pandemia

Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Fiocruz)


A nona edição do Radar Covid-19 Favelas traz o especial Desigualdades, pobreza e o avanço da fome em plena pandemia, com textos, pesquisas e depoimentos sobre desigualdade social e a questão da fome e insegurança alimentar no contexto da Covid-19 no Brasil. 

A seção Megafone traz informações sobre a mudança na gestão dos equipamentos de saúde no território de Manguinhos. A morte de Kaio da Silva Baraúna, de 8 anos, na Região Metropolitana elevou para 100 o número de crianças baleadas na região no período de 2016 a 2021. A privatização da água e do esgoto e o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae) em meio à crise hídrica no cenário de pandemia é outro tema da seção. Por fim, o informativo traz visibilidade para operação policial resultou em 28 pessoas mortas no Jacarezinho semanas após audiência do Supremo Tribunal Federal que discutiu a redução da letalidade policial e operações nas favelas durante a pandemia.

O Especial Desigualdades, pobreza e o avanço da fome em plena pandemia apresenta os textos A raiva e a fome é coisa dos homens, do historiador e morador da favela da rocinha, Roberto Castro de Lucena; e Fome em tempos de pandemia, de Silvia Baptista, integrante da Teia de Solidariedade Zona Oeste. Os textos procuram retratar os efeitos da pandemia para famílias das favelas e periferias do Rio de Janeiro que estão com dificuldades de manter condições básicas de vida e saúde: como alimento e renda. Na busca de soluções, redes de apoio e movimentos sociais promovem ações de amparo contra o desemprego e a insegurança alimentar.

A professora e jornalista popular do Fala Manguinhos!, Paloma Gomes traz uma reflexão sobre atuação de coletivos, moradores e as estratégias de  enfrentamento às desigualdades diante da falta de auxílio e investimentos em educação e saúde no texto Desigualdade e mobilização social favelada. Reflexões sobre segurança alimentar, de autoria de Joice Lima, Thiago Matiolli e Daiani Araujo - todos integrantes do Instituto Raízes em Movimento - apresenta informações sobre a precariedade de acesso a serviços públicos e a direitos no território do Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro. 

Em O que tá pegando nas favelas?, o texto 28 mulheres condenadas a enterrar seus filhos em pleno Dia das Mães, da técnica em educação social e integrante da Coalizão Negra por Direitos, Monica Cunha, apresenta o relato do luto materno, mobilização, luta contra o genocídio da juventude negra e a denúncia contra a ação policial mais violenta da história do Estado do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho. A seção também conta com o depoimento de Elenice Pessoa, moradora de Manguinhos e integrante do Conselho Gestor Intersetorial do Teias Manguinhos sobre a reabertura da UPA de Manguinhos depois de 95 dias com as portas fechadas e a importância das mobilizações em defesa do Sistema Único de Saúde e do atendimento humanizado e igualitário. 

O texto da jornalista Renata Dutra, moradora de Manguinhos, traz informações sobre o marco de 1 ano da campanha de comunicação Se liga no Corona! e as ações territoriais que ocorreram nos territórios de Manguinhos, Maré, Alemão e Morro dos Macacos com distribuição de máscaras e circulação dos novos materiais sobre a prevenção contra a Covid-19. A campanha tem foco na prevenção ao novo coronavírus considerando as condições de populações em situação de vulnerabilidade socioambiental, em territórios de favelas e periferias.  

A seção Debates desta edição apresenta o balanço realizado por pesquisadores do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) sobre as operações e letalidade policial durante a pandemia. Em Movimentos sociais, o informativo destaca o texto Se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui: a voz das favelas na luta contra violência policial da socióloga, educadora popular da Fase-Rj, integrante do Fórum Social de Manguinhos e pesquisadora do Cidades/Uerj, Rachel Barros. 

O Radar Covid-19 Favelas usa como base de coleta dos relatos as mídias sociais de coletivos de favelas cariocas, o contato direto com moradores, lideranças e movimentos sociais e busca sistematizar, analisar e disseminar informações sobre a situação de saúde nos territórios em foco em cada edição. Lideranças e comunicadores populares podem enviar sugestões de pauta, matérias e crônicas sobre a Covid-19 em seus territórios para o e-mail radar.covid19@fiocruz.br. O Radar Covid-19 Favelas e o Boletim Socioepidemiológico nas Favelas são iniciativas da Sala de Situação Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro e podem ser acessados na página do Observatório Covid-19 da Fiocruz.

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