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12/04/2013

Segundo o projeto Elsa, 37% da população brasileira estudada é hipertensa

Informe Ensp


O Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril, contou este ano com ações relacionadas à prevenção e ao controle da hipertensão promovidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Também chamada de pressão arterial elevada, a hipertensão é reconhecida como um problema mundial: estima-se que um em cada três adultos de 25 anos ou mais, totalizando cerca de 1 bilhão de pessoas, seja afetado pela doença. Segundo o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), uma investigação multicêntrica de coorte composta por 15 mil funcionários de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa das regiões Nordeste, Sul e Sudeste, 37% (5.667) da população brasileira estudada foi classificada como hipertensa.


 Classificado como maior estudo sobre doenças cardiovasculares e diabetes do país, o Elsa pretende acompanhar a incidência dessas doenças. Entre elas, a hipertensão é um dos fatores de maior interesse

Classificado como maior estudo sobre doenças cardiovasculares e diabetes do país, o Elsa pretende acompanhar a incidência dessas doenças. Entre elas, a hipertensão é um dos fatores de maior interesse


A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC), que, juntos, são a primeira causa de morte prematura e incapacidade no mundo. De acordo com a OMS, a pressão arterial elevada contribui para cerca de 9,4 milhões de mortes por doenças cardiovasculares a cada ano. Além de aumentar as condições de risco de insuficiência renal e cegueira.


Prevenção e controle de pressão arterial alta



Detectar a pressão alta é o primeiro passo para preveni-la e controlá-la. Portanto, na celebração do Dia Mundial da Saúde de 2013, a OMS recomendou que todos os adultos no mundo realizem a medição da pressão arterial. "Hoje, nosso objetivo é conscientizar as pessoas da necessidade de conhecer a sua pressão arterial", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.


Classificado como maior estudo sobre doenças cardiovasculares e diabetes do país, o Elsa pretende acompanhar a incidência dessas doenças. Entre elas, a hipertensão é um dos fatores de maior interesse. “Na primeira fase do Elsa, de 2008 a 2010, do total de 15.105 participantes, 5.667 (37%) foram classificados como hipertensos, segundo os critérios internacionais utilizados pelo programa. Além disso, a prevalência da hipertensão foi mais elevada entre os homens (42%) do que nas mulheres (34%)”, disse uma das coordenadoras do estudo, Dora Chor.


Segundo a OMS, muitas pessoas não sabem que têm pressão arterial elevada, porque ela nem sempre causa sintomas. A consequência disso são as mais de 9 milhões de mortes a cada ano, sendo quase a metade por doença cardíaca e derrame. No projeto Elsa, o resultado não foi diferente: dos 5.667 classificados como hipertensos, quase 23% não sabiam do problema. “Da nossa população analisada, 77,6% tinham conhecimento da hipertensão. Esse número parece elevado, mas não é, pois falamos de funcionários públicos, pessoas que têm acesso ao serviço de saúde. Assim, o fato de essas pessoas não terem o diagnóstico é preocupante”, afirmou Dora.


Outra iniciativa do estudo consiste na oferta de um método de análise do comportamento da pressão arterial, por meio da monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa), que mede a pressão do participante durante 24 horas. “O Mapa nos permitirá desenvolver um estudo refinado da elevação da pressão arterial no ambiente de trabalho, se há sobrecarga de trabalho doméstico e outras situações. Ou seja, trata-se de uma pesquisa suplementar que analisará a relação entre o ambiente de trabalho e o doméstico em relação à hipertensão. É uma iniciativa do Elsa Rio de Janeiro e Espírito Santo que nos permitirá descobrir a hipertensão oculta ou mascarada”, informou a pesquisadora.


Sobre a hipertensão oculta, Dora explica que muitas pessoas descobrem que são hipertensas após um infarto ou AVC. Portanto, a detecção precoce e o tratamento adequado da doença são primordiais. “Realizar atividades físicas, ter uma dieta adequada e regular, e usar o remédio são procedimentos fundamentais para um bom tratamento.” Em relação à última iniciativa, o estudo também trouxe dados preocupantes. “No Elsa, 4.412 pessoas que tomam o medicamento anti-hipertensivo, das quais 67% têm a pressão controlada. Precisamos desenvolver estudos com a parcela da população que não sofre o efeito do remédio, além de um conjunto de políticas para a população em geral, como a redução de sódio na comida, que já é uma tendência em alguns países”, alertou Dora.


Publicado em 11/4/2013.

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