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13/07/2017

Seminário debate o papel da comunicação em epidemias

Nathállia Gameiro (Fiocruz Brasília)


O Seminário As Relações da Saúde Pública com a Imprensa teve início, nesta quarta-feira (12/7), com o pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Luis Castiel. O conferencista criticou a forma como as epidemias são divulgadas pela mídia, sempre com caráter alarmista, que amplia o medo, o mal-estar e o sofrimento da população. 

Pesquisador da Fiocruz, Luis Castiel criticou a forma como as epidemias são divulgadas pela mídia (foto: Fiocruz Brasília)

 

A relação do mosquito com o medo tem origem no nome. Em grego a palavra Aedes é traduzida como odioso, desagradável. Castiel destacou a percepção de exageros e uso de figuras de linguagens usadas pelos pesquisadores ao falar sobre o Aedes Aegypti e reproduzidas pela imprensa. Para ele, o uso dessas palavras só assusta ainda mais a população, fazendo com que incorporem a ideia de que o mosquito não pode ser controlado e assim não solucionando o problema. 

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o diretor da Fiocruz Brasília, Gerson Penna e o coordenador da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Wagner Vasconcelos, participaram da mesa de abertura do evento. 

Nísia ressaltou a importância do seminário como espaço de compartilhamento de experiências e de reflexão. Afirmou que é preciso dar continuidade a essa linha de trabalho e pesquisa. “Nós continuamente somos surpreendidos pelas situações de crises e emergências e temos que ter momentos de reflexão. A informação e comunicação são componentes estratégicos da gestão e deve ser uma prioridade para todos, já que a discussão da cidadania passa por esse campo” afirmou.

Confira a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, falando sobre o evento em vídeo especial gravado para a página da Fiocruz Brasília no Facebook
 

 

Gerson Penna relembrou as outras edições do seminário, que abordaram a cobertura jornalística sobre febre amarela, H1N1, a imagem do SUS na mídia e a responsabilidade da mídia na apresentação das informações sobre ebola, chikungunya, dengue e zika. O diretor falou sobre o alarde da população após as reportagens sobre a epidemia de febre amarela no Brasil, ao lembrar a época de lançamento da vacina contra a doença. Como resultado, ocorreu a supervacinação da população em vários estados do Brasil. Para ele, a dengue, chikungunya e zika seguem o mesmo caminho. “A comunidade científica só tem uma arma para combater as arboviroses: o combate ao vetor. A comunicação é a ferramenta fundamental para conversar com as pessoas. Os momentos fora da crise devem ser aproveitados para estabelecer um diálogo, convergências e divergências para nos preparar para a responsabilidade social que todos nós temos”, afirmou.

O papel da comunicação também foi destacado por Wagner Vasconcelos. Ele afirmou que a comunicação não se restringe aos profissionais da área, mas é estratégica para a saúde pública, gestores, pesquisadores e todo o sistema de saúde. “A relação da saúde pública com a mídia é uma forma de democratizar a informação e é importante para assegurar a qualidade de vida”, afirmou.

O seminário continua nos dias 13 e 14/7 com debates entre pesquisadores, estudiosos da comunicação e jornalistas da grande mídia. Acompanhe mais informações sobre o evento na fanpage da Fiocruz Brasília.

Confira a conferência de abertura na íntegra:

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