Com o propósito de estabelecer mecanismos de cooperação na área de saúde pública entre Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Brasil – todos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) –, realizou-se em Lisboa, Portugal, entre 2 e 4 de novembro, o I Seminário de Cooperação Técnica dos Institutos Nacionais de Saúde da CPLP. Presente ao evento, o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, afirmou que “são estes institutos (dentre eles a Fiocruz) que geram as evidências para a implementação de políticas de saúde mais efetivas nos países em questão”.
As conclusões do seminário geraram um relatório que analisa e forma grupos de trabalho, que abordam os seguintes temas: gestão estratégica, financiamento e infra-estrutura (sob coordenação de Moçambique); pesquisa e desenvolvimento tecnológico (coordenação de Guiné-Bissau); serviços de referência (coordenação de Angola); capacitação da força de trabalho, ensino e formação de recursos humanos (sob responsabilidade da Fiocruz) e informação e comunicação (coordenação de Portugal).
O seminário avaliou as áreas citadas, traçando, em primeiro lugar, a situação atual dos institutos de saúde envolvidos; estabelecendo as principais demandas destes, para finalmente definir os primeiros passos em busca de soluções para seus problemas. O seminário considerou não ser possível definir atribuições homogêneas e comuns para todos estes institutos; mas determinou como meta que eles tenham financiamento pleno de seus respectivos estados. A importância da CPLP foi descrita como essencial: dentre outras funções, a comunidade advogaria em favor dos institutos junto a suas autoridades nacionais. Também foram estabelecidos objetivos de intercâmbio, disponibilização e formação de recursos humanos; formação de canais ágeis de comunicação; além de priorizar áreas para o desenvolvimento tecnológico, tais como a de doenças infecto-parasitárias, de saúde da mulher e da criança, de sistemas de saúde, de nutrição, de ambiente e de doenças não transmissíveis. “Para nós, os países da África são os que mais agudamente necessitam destes institutos nacionais de saúde”, concluiu Buss.