Determinar a prevalência dos subtipos do vírus HIV-1 em pacientes de Porto Alegre que ainda não tinham recebido nenhum tratamento específico foi o objetivo de um estudo conduzido por pesquisadores da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps), do Centro Universitário Feevale e do Hospital Sanatório Partenon. Foram analisadas 75 amostras de sangue de pacientes e verificou-se que 48% delas eram do subtipo C, 38,7% eram do subtipo B e 13,3% eram recombinantes. Esses dados confirmam que, enquanto no resto do país o subtipo B é o mais freqüente, em Porto Alegre o subtipo C é predominante.
“Saber o subtipo viral que circula em uma localidade é necessário para que se possa atuar na vigilância epidemiológica da Aids, compreender as rotas de entrada, prever futuras áreas de infecção desse subtipo e, principalmente, contribuir para a aplicação dos futuros programas de vacinas, que hoje estão sendo pesquisados em diferentes locais do mundo”, explica a geneticista Sabrina Matos Almeida, do Núcleo de Bioinformática do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Fepps, uma das autoras da pesquisa. “As principais implicações de termos, em Porto Alegre, em maior prevalência o subtipo C e não o B (como no resto do país) estão no fato de não sabermos ainda se a terapia fornecida aos portadores terá efeito maior, menor ou igual ao verificado nos pacientes com subtipo B”.
A pesquisadora destaca, também, que o aumento do subtipo C no Sul do Brasil tem sido crescente nos últimos anos, o que merece maior atenção. “É preciso saber o porquê desse aumento e o quanto esse fato pode afetar o perfil da epidemia no país”, conclui.