Início do conteúdo

01/02/2007

Unidade da Fiocruz aprova projetos sobre leishmaniose e tuberculose em edital do CNPq

Bruna Cruz


Dois projetos do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fiocruz em Pernambuco, um na área de tuberculose e outro na de leishmaniose, foram aprovados na segunda fase do edital de doenças negligenciadas, lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As pesquisas, que terão duração de 24 meses e devem ter início ainda no primeiro semestre de 2007, vão contribuir para o avanço do conhecimento em suas áreas e podem subsidiar a formulação e implementação de ações públicas voltadas para melhoria das condições de saúde da população brasileira.


 Em roxo, protozoários causadores da leishmaniose visceral (Foto: Sinclair Stammers/TDR/OMS)

Em roxo, protozoários causadores da leishmaniose visceral (Foto: Sinclair Stammers/TDR/OMS)


O projeto na área de tuberculose vai estudar a doença em pacientes co-infetados (tuberculose/HIV) e avaliar métodos para o diagnóstico da doença em idosos e crianças. O estudo será desenvolvido com pacientes com tuberculose/HIV atendidos no Hospital Correia Picanço, no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc/UPE) e no Hospital das Clínicas (HC/UFPE), que são os três principais serviços de referência para HIV/Aids de Pernambuco e prestam assistência ambulatorial e hospitalar a cerca de 90% dos pacientes do estado; com crianças que têm suspeita de tuberculose atendidas no Centro de Referência e Hospital de Doenças Infecto-contagiosa Doutor Clementino Fraga, em João Pessoa (PB); e com idosos atendidos em quatro ambulatórios especializados no diagnóstico e tratamento de tuberculose da rede municipal de saúde do Recife, que são a Policlínica Lessa de Andrade, a Policlínica Agamenon Magalhães e o Centro de Saúde Clementino Fraga.


O trabalho, coordenado pela pesquisadora do Departamento de Parasitologia do CPqAM, Cynthia Braga, também pretende caracterizar geneticamente as cepas da bactéria causadora da doença, a Mycobacterium tuberculosis, isoladas nos pacientes co-infectados.O estudo congrega pesquisadores do CPqAM, das universidades Federal (UFPE) e Estadual de Pernambuco (UPE) e da Secretaria Estadual de Saúde e conta com a colaboração da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz, do Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS) e do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA).


Já a pesquisa sobre as leishmanioses pretende dar continuidade às descobertas relacionadas à infecção natural de mamíferos silvestres por Leishmania braziliensis e Leishmania chagasi, parasitas que causam as duas formas da doença, a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a leishmaniose visceral americana (LVA), respectivamente. O objetivo é identificar as espécies envolvidas no ciclo da doença em cinco áreas nos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Maranhão, visando comprovar quais são os hospedeiros e reservatórios dos parasitos. O trabalho também pretende avaliar a infecciosidade dos vetores Lutzomyia whitmani, L. migonei e L. longipalpis, responsáveis pela manutenção do ciclo de transmissão da endemia no país, principalmente no Nordeste.


Além da Fiocruz do Recife, o projeto conta com a participação das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e de Alagoas (Ufal), do Instituto de Tecnologia do Sergipe e da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A coordenação do projeto é do chefe do Departamento de Imunologia do CPqAM, Sinval Brandão Filho.


Dos 70 projetos aprovados pelo CNPq no edital de doenças negligenciadas, 18 são da Fiocruz. Os estudos abordam temas como doença de Chagas, hanseníase, malária, tuberculose, malária e temas transversais, como bioinformática e biologia computacional, vacinologia e estudos educacionais e de comunicação para a mobilização social. Os recursos investidos nos projetos são oriundos do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

Voltar ao topo Voltar