Vacina contra pneumococo: desafio para países em desenvolvimento

Publicado em
Fernanda Marques
Compartilhar:
X

Disponibilizar uma vacina mais eficiente contra pneumococo já faz parte das estratégias de saúde do Brasil. O Instituto Butantan, em São Paulo, se prepara para iniciar a produção, em escala piloto, de um novo imunizante. O plano é começar os ensaios clínicos em 2008. Os pesquisadores estão avaliando se a vacina será administrada por via intranasal ou oral.


De acordo com a vice-presidente da Fundação Butantan, Luciana Cezar de Cerqueira Leite, o preço elevado da vacina conjugada disponível atualmente impossibilita que ela seja oferecida no sistema público de saúde – cada dose custa cerca de US$ 60 e são necessárias de três a quatro doses. Além disso, esse produto confere imunidade contra sete sorotipos que respondem por apenas 60% das infecções por pneumococo no Brasil.


A solução que está sendo desenvolvida no Butantan, em parceria com a Universidade de Harvard, consiste em utilizar como vacina uma bactéria não encapsulada, porém inativada. Nesta vacina celular, que não contém polissacarídeos, a resposta imunológica do indivíduo será direcionada para as proteínas de S. pneumoniae. “Os polissacarídeos diferem de um sorotipo da bactéria para os outros – e há mais de 20 deles que são patogênicos. Mas as proteínas são bastante parecidas”, afirma Luciana. “Dessa forma, uma vacina celular produzida a partir de uma única cepa poderia proteger contra todos os sorotipos da bactéria, e esta vacina envolveria baixos custos de produção”, completa ela, que também é presença confirmada na reunião do DCVMN.