07/10/2021
Wagner Oliveira (VídeoSaúde Distribuidora Fiocruz)
O crescimento de acesso a conteúdos audiovisuais via streaming e redes sociais registrado nos últimos anos, as possibilidades de ampliação de públicos para acervos públicos e para coletivos de realizadores desde então e o surgimento de novos espaços para veiculação de produções sobre temas por vezes negligenciados pela mídia comercial. A próxima edição do Núcleo de Estudos do Audiovisual em Saúde (Neavs) do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), no dia 14 de outubro, às 10h, promete um debate instigante com convidados especiais. De quebra, celebrará a apresentação da nova plataforma da VideoSaúde - que contará com 115 filmes sobre temas de saúde e ciência, versões com recursos em acessibilidade e alguns títulos com legendas em outras línguas.
Como tema central do debate, a sessão do Neavs pretende discutir como a chegada e o crescimento das plataformas audiovisuais digitais está criando novas possibilidades de crescimento de público. Também tem aberto caminhos inovadores para distribuição e a capilarização de filmes por instituições públicas e coletivos de produtores.
Os convidados representam dois projetos de plataforma que se lançaram no segmento e acumulam boas experiências no desafio de disponibilizar filmes via internet. Thais Scabio, gestora de desenvolvimento da plataforma TodesPlay, gerida pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), apresentará como o projeto vem contribuindo com a equidade de gênero e raça para a consolidação de um mercado audiovisual mais diverso e representativo. Já André Monteiro, um dos coordenadores do projeto Beiras D´água e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, falará sobre o acervo que reúne filmes feitos nas margens dos rios, riachos e veredas que compõem a Rede Hidrográfica do Rio São Francisco. “Tratam-se de projetos que bem representam o esforço de realizadores para que seus filmes cheguem a novos públicos via internet, tratam de temas de grande importância para os debates públicos, que precisam chegar a um público maior. Pontos sempre presentes nas nossas rotinas e desafios em mais de 30 anos de atuação”, diz Paulo Lara, coordenador da VideoSaúde.
Plataforma da VideoSaúde
A sessão de Neavs marca também a apresentação da plataforma de filmes da VideoSaúde, que é vinculada ao Icict/Fiocruz. O projeto vem sendo desenvolvido há mais de um ano pela equipe da VideoSaúde e pretende oferecer novas formas de acesso ao acervo do setor. E também cumprir diretrizes apontadas pelas políticas de comunicação e divulgação científica da Fiocruz. “A plataforma representa uma série de acúmulos e reflexões da equipe da VideoSaúde, seja pela observação de demandas que recebemos do público, de como os filmes foram visualizados e comentados no YouTube ou em redes sociais, de apontamentos de parceiros exibidores do nosso acervo”, comenta Claudia Lima, cogestora da VideoSaúde.
A plataforma contará com 115 filmes sobre diferentes temas dos campos da saúde e da ciência. De biografias e animações a direitos humanos e doenças negligenciadas. De história da ciência e da saúde a saúde da mulher e da criança, entre outros temas associados às determinações sociais da saúde. Também apresenta 60 versões das produções com recursos de tradução em Libras e audiodescrição. Oferece, ainda, filmes com legendas em cinco diferentes línguas além do português. São produções próprias ou realizadas em parcerias, ou de instituições e realizadores parceiros que integram o acervo da VideoSaúde. O projeto também foi concebido numa perspectiva de comunicação integrada, onde cada filme apontará links para outros conteúdos da Fiocruz, principalmente da Editora Fiocruz, Canal Saúde, Revista Radis, Portal Fiocruz e Agência Fiocruz de Notícias.
De acordo com a equipe da VideoSaúde, o projeto da plataforma tem um perfil experimental, onde a disponibilização do acervo e o contato com o público servirão para aprimoramento e também de ausculta permanente. A pandemia, segundo a VideoSaúde, fez crescer ainda mais o interesse e a procura por audiovisuais, seja para ações de educação ou treinamento, ou por temas de saúde e ciência. Presente há quase dez anos no YouTube, o setor conta com filmes com mais de um milhão de visualizações e centenas de comentários nessa plataforma. Também vem se destacando por filmes de seu acervo alcançarem seleções em festivais e mostras de cinema e audiovisual, no Brasil e exterior.
Acervo público
Atualmente a VideoSaúde conta com mais de nove mil registros audiovisuais, compondo um dos principais acervos em saúde da América Latina. O material está em disponível para consulta no Banco de Recursos Audiovisuais em Saúde e pelo Repositório Institucional Arca. Mantém parcerias para exibição do acervo com diferentes canais de televisão públicos e educativos, como TVE Bahia, Canal Saúde e Futura.
Serviço:
Núcleo de Estudos Audiovisual e Saúde
Telas e públicos ampliados: a divulgação de filmes e acervos por meio de plataformas audiovisuais
Data: 14/10
Horário: 10h
Link transmissão.
Programação:
10h às 10h15
Apresentação da plataforma VideoSaúde
Paulo Lara e Claudia Lima (VideoSaúde/Icict/Fiocruz)
10h15 às 11h30
Debate com convidados
Thais Scabio (gestora de desenvolvimento da plataforma TodesPlay)
André Monteiro (coordenador do Beiras D´água)