Um estudo desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC) em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) e o Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc) aponta a tendência de fêmeas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, se deslocarem em direção a localidades que apresentem maior concentração de criadouros produtivos, como caixas d’água e tonéis, e para áreas com maior aglomeração de seres humanos. A iniciativa investigou em campo a produtividade de criadouros e avaliou níveis de infestação pelo mosquito em duas áreas com características ambientais e urbanísticas distintas - Tubiacanga, na Ilha do Governador, e Amorim, em Manguinhos, ambos no Rio de Janeiro.
|
Freitas: as fêmeas do mosquito têm raio de vôo reduzido em locais de alta concentração humana |
“Avaliações realizadas em campo demonstram que as fêmeas do mosquito Aedes aegypti têm raio de vôo reduzido em locais com maior oferta de focos para oviposição e alta concentração de seres humanos, como as favelas. Observamos que esses dois parâmetros podem influenciar também a direção do vôo das fêmeas que, nos bairros estudados, apresentaram deslocamento mais intenso para áreas onde havia maior concentração de criadouros permanentes, como caixas d’água e tonéis, e de seres humanos”, descreve Rafael Freitas, doutorando do Laboratório de Transmissores de Hematozoários do IOC, que participou do estudo orientado pelo pesquisador Ricardo Lourenço de Oliveira.