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12/05/2017

20 anos do Encontro às Quintas é marcado por palestra sobre o botânico e viajante-naturalista Saint-Hilaire

Portal COC/Fiocruz


“A botânica é mais que uma ciência de palavras”. A defesa dessa área de conhecimento como campo filosófico e a inserção social e cultural de August Saint-Hilaire, foi o tema abordado pela pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Lorelai Brilhante Kury, no Encontro às Quintas do dia 27/4. A pesquisadora teceu reflexões sobre o caminho trilhado pelo botânico, partindo da província francesa de Orleans, onde nasceu, até chegar a ser um viajante-naturalista em terras brasileiras. A palestra marcou os 20 anos da primeira edição do Encontro às Quintas, que a partir de 2017, ganha uma versão no formato de entrevistas produzidas em parceria com o Canal Saúde, e passa a estar disponível na íntegra no repositório institucional Arca.

O francês Auguste Saint-Hilaire nasceu em 1779, auge das transformações trazidas pelo iluminismo, quando as ciências se tornaram indispensáveis à administração e legitimação dos Estados europeus. De família nobre, teve uma educação adequada a sua posição social. Passou também parte da juventude na Alemanha, onde adquiriu o domínio do idioma germânico. De volta à França, dedicou-se à história natural, publicando diversas memórias científicas. “Saint-Hilaire circulava nessa ambiência fluida de então na qual cientistas refaziam as fronteiras entre magia e técnica, utopia e projeto racional e mais que isso, especialistas construíam para si um espaço de atuação legitimado pela sua expertise relativamente imune às oscilações da opinião pública”, explicou Lorelai.

No século 19, a história natural e sua vertente botânica, que se estabeleciam pelo uso prático, característica do iluminismo, também começaram a ser percebidas como ciência filosófica, tornando-se um campo de estudo autolegitimado. “Os amadores passaram a ser excluídos das práticas da ciência, agora mais profissionais, como a publicação de artigos em periódicos científicos”, destacou Lorelai. Em seu artigo “Resposta às críticas que as pessoas da sociedade fazem ao estudo da botânica”, Saint-Hilaire defendeu a botânica como prática filosófica e se opôs à popularização: “Ele critica a moda e a vaidade de se estudar a ciência como hobby. Chega a dizer que as pessoas citam os nomes científicos das plantas, mas na verdade não conhecem nem os vegetais que comem”, disse a pesquisadora.

Continue a leitura no Portal da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). 

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