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08/04/2019

Aberta a 1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)


Começou nesta segunda-feira (8/4) a 1ª Conferência de Promoção da Saúde da Fiocruz, que tem a participação de pesquisadores de universidades nacionais e internacionais, rodas de conversa, apresentações orais de trabalhos dos participantes da Fundação e atividades artísticas e culturais. O evento, que continuará na terça-feira (9/4), é uma iniciativa do Programa de Pesquisa Translacional em Promoção da Saúde (FioPromoS) e tem como objetivo incentivar a reflexão sobre os desafios teóricos e práticos da Promoção da Saúde, para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e as ações desenvolvidas neste campo. A mesa de abertura do evento contou com a participação da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, do diretor do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Eduardo Marques Macário, dos vice-presidentes de Produção e Inovação em Saúde, Marco Aurelio Krieger, de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, Marco Menezes, de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correia, da vice-presidente do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública da Fiocruz (Asfoc-SN), Mychelle Alves Monteiro, e da coordenadora-geral do FioPromoS, Luciana Garzoni.

Evento conta com participação de pesquisadores de universidades nacionais e internacionais, rodas de conversa, apresentações orais de trabalhos dos participantes da Fundação e atividades artísticas e culturais (foto: Peter Ilicciev)

 

Primeira a intervir, Garzoni disse que a ideia de promover esta conferência surgiu na Câmara Técnica de Promoção da Saúde da Fiocruz, cujos membros sentiram a necessidade de uma troca de experiências entre pesquisadores de diferentes unidades da instituição que atuam nessa área. “Também nos surpreendemos com a grande quantidade de inscritos, cerca de 600, e de trabalhos, que foram 180, de todos os níveis de ensino da Fiocruz (técnico, iniciação científica, iniciação tecnológica e pós-graduação). Estamos aqui inspirados também pelo Dia Mundial da Saúde, que foi ontem (7/4), e pela 23ª Conferência Mundial da Saúde, que está sendo realizada na Nova Zelândia e conta com participantes da Fiocruz. E um outro fator a nos impulsionar são as diretrizes do 8º Congresso da Fiocruz para esse campo de atuação”.

O vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Rodrigo Correia, afirmou que a realização da conferência é um grande êxito para a Fiocruz, pela grande mobilização interna, pelo interesse externo que despertou e pelas perspectivas que abre. “Outro ponto de grande relevância é o diálogo entre as vice-presidências da Fiocruz nessa área da promoção da saúde, o que pode nos levar à formação de programas transdisciplinares que tenham um impacto decisivo e produtivo. Esse esforço por mais parcerias é uma necessidade da instituição”.

Em seguida, o vice-presidente Krieger lembrou da importância de um trabalho em conjunto da área de promoção de saúde com a de inovação. “Queremos entender melhor e apoiar a promoção da saúde no que for possível, incorporando ao Portfólio de Inovação da instituição”. O vice-presidente Rodrigo Correa foi na mesma linha, reforçando que é fundamental, cada vez mais, que as macro-áreas da Fiocruz, representadas pelas vice-presidências, dialoguem dentro de um modelo transdisciplinar. Mychelle Alves Monteiro, da Asfoc-SN, afirmou que o momento da conferência é importante e único para a mobilização dos servidores e pesquisadores e sugeriu que os participantes acompanhem também a programação do Sindicato, que inclui debates e vídeos sobre a Reforma da Previdência e ainda mesa-redonda que abordará os impactos do gênero e raça na saúde.

Também presente à abertura da conferência, o vice-presidente Marco Menezes alertou que os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) representam grandes desafios para a promoção da saúde no Brasil. “A desigualdade social complica um quadro epidemiológico que já é muito complexo e apresenta uma larga vulnerabilidade social e ambiental. A Fiocruz tem um papel crucial nesse campo, porque se coloca em diversos espaços. Toda a atuação da instituição vem de uma visão ampliada das questões de saúde, que inclui ainda as discussões que temos com os movimentos sociais, como ficou claro no posicionamento da Fiocruz ao referendar a Declaração Alternativa da Sociedade Civil sobre Cuidados Primários de Saúde, firmada em Astana, no Cazaquistão”.

Menezes discorreu sobre o Plano Nacional de Saneamento Básico, tema sempre caro à Fiocruz. Ele disse que a Fundação solicitou ao Ministério do Desenvolvimento Regional o adiamento da consulta, no que foi atendida. “Esta conferência é um marco que simboliza um acúmulo importante de muitos anos de discussões na Fiocruz. Daqui sairão contribuições relevantes para a 16ª Conferência Nacional de Saúde”. Ele também saudou a participação, no evento, de representantes de movimentos sociais, que lançaram a Carta de Manguinhos, que preconiza um projeto de saúde justo, soberano e sustentável para o país.

O pesquisador Eduardo Marques Macário, diretor do Ministério da Saúde, citou os desafios impostos em nível federal para a Política Nacional de Promoção da Saúde. Ele disse que a participação na conferência contribuirá para conhecer demandas e identificar estratégias de atuação em áreas como alimentação saudável, uso de tabaco, álcool e outras drogas, trânsito, atividades físicas, cultura da paz e direitos humanos.

A presidente Nísia comentou as potências encontradas em eventos como a conferência e recordou a atuação da Fiocruz na história da promoção da saúde. Ela reforçou a importância de a instituição trabalhar em parceria e de maneira integrada, tendo em vista também as dificuldades advindas do contingenciamento de recursos e de desafios como a aposentadoria de um número expressivo de servidores, o que impacta na transmissão de conhecimento entre os funcionários. “Da mesma forma, a cultura da paz precisa fazer parte das ações de promoção da saúde, para que continuemos avançando, especialmente em cenários de extrema violência urbana”. Em seguida, Nísia homenageou o ex-presidente da Fiocruz Paulo Buss, que recebeu uma placa por seu trabalho em favor da promoção da saúde no país e no mundo.

Encerrando a abertura da conferência, Luciana Garzoni comentou o lançamento de uma chamada de adesão que busca reunir os interessados em participar do Programa Translacional de Promoção da Saúde (Rede FioPromoS). O programa visa desenvolver projetos integrados em Promoção da Saúde, fortalecendo a ciência, tecnologia e inovação na Fiocruz, na perspectiva de uma ciência cidadã.

Os objetivos do FioPromoS são articular as ações com os demais programas institucionais em rede, bem como com os programas formais de ensino e de extensão da Fiocruz, para apoiar as ações dos projetos nos/com os territórios a partir das diretrizes definidas no Termo de Referência de Promoção da Saúde da Fiocruz; definir estratégias para a busca de recursos internos e externos para a execução dos projetos do FioPromoS; fortalecer a Política Nacional de Promoção da Saúde e as ações para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), em consonância com as deliberações dos congressos internos da Fiocruz. O prazo de inscrição vai até 8 de maio. Mais informações podem ser obtidas aqui.

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