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11/04/2013

Dissertação mostra que, no Rio, região interfere na morte de idosos por neoplasias

Informe Ensp


“A análise da distribuição no espaço urbano dos fatores socioeconômicos e demográficos associados à mortalidade por doenças crônicas em idosos nos bairros do Rio de Janeiro pode subsidiar a melhor distribuição e gerenciamento dos recursos de saúde, e no desenvolvimento de políticas de saúde pública que visem a atual população adulta, na perspectiva de possibilitar um envelhecimento saudável dessa população”. A opinião é de Davi da Silveira Barroso Alves, que defendeu sua dissertação de mestrado de epidemiologia em saúde pública, com o título Análise espacial da mortalidade de idosos por doenças crônicas no município do Rio de Janeiro. A pesquisa constatou, de maneira geral, que bairros mais ricos e desenvolvidos socioeconomicamente se encontravam em estágio mais avançado de envelhecimento populacional, e apresentaram menores taxas de mortalidade por doenças circulatórias e respiratórias e maiores taxas de mortalidade por neoplasias.


 O envelhecimento populacional provoca alterações na morbimortalidade da população, aumentando a importância de agravos crônicos de saúde, como as neoplasias, as doenças do aparelho respiratório e as doenças do aparelho circulatório

O envelhecimento populacional provoca alterações na morbimortalidade da população, aumentando a importância de agravos crônicos de saúde, como as neoplasias, as doenças do aparelho respiratório e as doenças do aparelho circulatório





Alves considera emergencial o desenvolvimento de políticas de saúde pública que foquem a atual população adulta e jovem, visando à redução de agravos, bem como possibilitem o envelhecimento saudável e com qualidade de vida para os futuros idosos, evitando um cenário insustentável para o Sistema Único de Saúde. Pela razão apresentada, o objetivo de seu estudo foi analisar a relação entre a mortalidade por doenças crônicas (neoplasias, infarto agudo do miocárdio, doenças hipertensivas, doenças cerebrovasculares, pneumonias e doenças crônicas das vias aéreas inferiores padronizadas por sexo e faixa etária) de indivíduos com 60 anos ou mais e os indicadores sociais, econômicos e demográficos, com base em dados de 2010.


Segundo Alves, o envelhecimento populacional provoca alterações na morbimortalidade da população, aumentando a importância de agravos crônicos de saúde, como as neoplasias, as doenças do aparelho respiratório e as doenças do aparelho circulatório – fenômeno conhecido como transição epidemiológica. De maneira geral, sua pesquisa constatou que bairros mais ricos e desenvolvidos socioeconomicamente estão em estágio mais avançado de envelhecimento populacional e apresentaram menores taxas de mortalidade por doenças circulatórias e respiratórias e maiores taxas de mortalidade por neoplasias.



A pesquisa indicou que, apesar de tais causas se destacarem como os grupos mais prevalentes em idosos e que mais aumentam com o processo do envelhecimento, outros fatores relacionados com as características socioeconômicas e demográficas da população se mostraram associados com a ocorrência de tais doenças de maneira mais forte que o processo de envelhecimento em si. “Sabendo da importância de políticas e ações de saúde pública que atendam às necessidades específicas de cada população, atentar para as diferenças entre os bairros do Rio quanto à ocorrência das doenças e ao cenário social, econômico e demográfico destacados no meu estudo pode ser de fundamental importância para o desenvolvimento de ações equitativas de saúde”, sugeriu Alves, lembrando ainda da evolução desse panorama nos próximos anos. Por fim, ele concluiu que os bairros em estágio intermediário de envelhecimento tendem a alcançar o envelhecimento mais avançado de sua população, o que promete aumentar ainda mais a ocorrência de doenças crônicas nesses locais, podendo também gerar a sobreposição de doenças, com manutenção das principais causas atuais de morbimortalidade.


Publicado em 10/4/2013.

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